30/12/2009

Trabalho aprova piso salarial para profissionais de Educação

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou na quarta-feira (16) o Projeto de Lei 2738/03, do deputado Carlos Abicalil (PT-MT), que regulamenta o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) para os profissionais de Educação. A iniciativa também prevê a criação de planos de carreira em níveis municipal, estadual e federal.
De acordo com a proposta, o valor do PSPN a ser fixado anualmente pela União, no mês de maio, nunca será inferior a 12% e 15% do Produto Interno Bruto (PIB) per capita do País no ano anterior - respectivamente para os profissionais de Educação habilitados em nível médio e superior.
Segurança jurídica
A relatora, deputada Gorete Pereira (PR-CE), apresentou parecer pela aprovação da proposta. Ela observou que fixar um piso nacional para os profissionais da educação escolar resulta em segurança jurídica para a Administração Pública.
"Deve ser sempre lembrado que os profissionais da área de Educação são fundamentais para o desenvolvimento do País e merecem uma remuneração digna", afirmou.
Tramitação
A proposta, que tramita em caráter conclusivo, já foi aprovada pela Comissão de Educação e Cultura. Ainda será apreciada pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

17/12/2009

INIMIGOS DA REFORMA AGRÁRIA (clik na imagem p/ ampliar)



 UMA CPMI PARA A REFORMA AGRÁRIA ( Vc precisa saber disso!)

ARTIGO PARA CAROS AMIGOS - dezembro de 2009 João pedro stedile
A burguesia agrária brasileira não tem jeito mesmo. O seu poder econômico, político e ideológico na mídia brasileira, é tão grande, que a deixa cada vez mais prepotente, porém cega e burra. Vejamos alguns dados da realidade agrária explicitados pelo censo agropecuário realizado pelo IBGE em dezembro de 2006 e recentemente publicados:
- Cerca de um por cento dos proprietários de terra no Brasil, controlam 46% de todas as terras do país. - Apenas 15 mil fazendeiros, que possuem áreas acima de 2.500 ha, são donos de 98 milhões de hectares (equivalente a 4 estados de São Paulo juntos). - A concentração de terras no Brasil continua aumentando. E se desnacionalizando. Nos últimos anos as empresas transnacionais compraram mais de 20 milhões de hectares. E junto com a terra, água, minérios, etanol, usinas, madeira e biodiversidade. - O índice de gini que mede a concentração de terras, no Brasil é de 0,856 e é o segundo país de maior concentração de terras do mundo. - O Banco Oportunity, por exemplo, que opera recursos de origem norte-americana comprou em apenas três anos, 56 fazendas e mais de 600 mil ha, no sul do Pará. - A empresa Cutrale, passou a monopolizar a produção de sucos de laranja e conseguiu levar a miséria milhares de pequenos e médios agricultores paulistas que tiveram que destruir nada menos do que 280 mil ha de cultivo de laranjas, nos últimos dez anos. Mas ela acumulou 60 mil ha, em 36 fazendas. Detém 80% de toda produção de suco do país, exporta 90% e controla 30% do comércio mundial de suco, em parceria com a coca-cola. - Os fazendeiros vinculados ao agronegócio produzem ao redor de 100 bilhões de reais por ano. Mas estão cada vez mais dependentes do capital financeiro, e para conseguir produzir esse valor, tomam emprestado todos os anos ao redor de 90 bilhões de reais de credito rural nos bancos. - Essa produção é na verdade fruto do trabalho de aproximadamente três milhões de assalariados permanentes e temporários. É revendida para apenas 20 empresas (a maioria transnacionais) que controlam o comercio de commodities e de insumos agrícolas no Brasil. - O Balanço dessas 20 maiores empresas que atuam no agro, revelou que elas faturam sozinhas ao redor de 115 bilhões de reais por ano. Ou seja, toda aquela riqueza vai parar nas mãos deles. - O agronegocio dá emprego para apenas 15% da população economicamente ativa (PEA) os outros 85% trabalham na agricultura familiar. Ou seja, há 18 milhões de trabalhadores rurais adultos, e destes 15 milhões estão na agricultura familiar. - Do total de trabalhadores adultos que estão na agricultura, 80% fez apenas ate a quarta serie do ensino fundamental, e há 35% de analfabetos. - A agricultura familiar produz 85% de todos alimentos que vão para a mesa do povo brasileiro. Já o agronegocio produz apenas commodities, ou seja, matérias primas para exportação. -Cerca de 90% dos proprietários de terra que detem áreas acima de 200 hectares não moram nas fazendas , mas nas cidades. Dos 15 mil maiores fazendeiros, a grande maioria mora em São Paulo e no Rio de Janeiro. - Graças a essa aliança entre os grandes fazendeiros brasileiros com as empresas transnacionais, o Brasil se transformou em 2008, o maior consumidor mundial de venenos agrícolas. São aplicados nos 45 milhões de hectares, nada menos que 700 milhões de litros de venenos. Apenas seis empresas produzem: Monsanto, Syngenta, Bayer, Basf, Shell.. todas transnacionais. Os agrotóxicos são de origem química. Matam o solo, matam a biodiversidade, contaminam as águas e viram câncer no seu estomago. - O Brasil é a nona economia mundial em produção de riquezas. Mas está em 75 lugar nas condições de vida da população, e é a sétima pior sociedade do mundo, em desigualdade social. - Desde a redemocratização, em 1985, foram assassinados no campo mais de 1.600 lideranças de trabalhadores. Destes apenas 80 chegaram aos tribunais, 15 foram condenados e uns 5 mandantes e assassinos estão na cadeia. Todos os demais estão impunes inclusive os autores dos massacres de Corumbiara(1995) Carajás (1996) e Felisburgo (2004). O que fazer para enfrentar uma realidade tão dura e injusta? Os parlamentares ruralistas que são a fina flora da direita atrasada e burra, decidiram: Vamos convocar uma CPMI, para impedir a reforma agrária!! Como diria o saudoso Florestan Fernandes, como nos faz falta uma revolução burguesa! Pelo menos.

10/12/2009

Lista de e-mails dos vereadores

Presados professores da Rede, enviem mensagens para esta lista de vereadores, pedindo que aprovem a emenda que o sindicato irá propor nesta sexta feira, sobre o projeto do prefeito, sobre ABONO. Cada um pode fazer sua própria redação, de maneira a convencer esses vereadores a votar a nosso favor.
adrianoventura@cmbh.mg.gov.br, albertorodrigues@cmbh.mg.gov.br, alexandregomes@cmbh.mg.gov.br, anselmojosedomingos@cmbh.mg.gov.br, arnaldogodoy@cmbh.mg.gov.br, autairgomes@cmbh.mg.gov.br, brunomiranda@cmbh.mg.gov.br, cabojulio@cmbh.mg.gov.br, pastorcarlos@cmbh.mg.gov.br, chambarelle@cmbh.mg.gov.br, divinopereira@cmbh.mg.gov.br, edinhodoacougue@cmbh.mg.gov.br, elainematozinhos@cmbh.mg.gov.br, eliasmurad@cmbh.mg.gov.br, fredcosta@cmbh.mg.gov.br, geraornelas@cmbh.mg.gov.br, geraldofelix@cmbh.mg.gov.br, gunda@cmbh.mg.gov.br, henriquebraga@cmbh.mg.gov.br, hugothome@cmbh.mg.gov.br, iranbarbosa@cmbh.mg.gov.br, joaolocadora@cmbh.mg.gov.br, joaooscar@cmbh.mg.gov.br, vereadoriranbarbosa@gmail.com, joaovitorxavier@cmbh.mg.gov.br, leoburgues@cmbh.mg.gov.br, leonardomattos@cmbh.mg.gov.br, luistibe@cmbh.mg.gov.br, luziaferreira@cmbh.mg.gov.br, marialuciascarpelli@cmbh.mg.gov.br, moamedrachid@cmbh.mg.gov.br, relacionamento@neusinha.com.br,

14/11/2009

O vandalismo da classe dominante brasileira

O que a Mídia oficial não divulga!
HÁ DUAS SEMANAS, as elites dominantes brasileiras usaram todo seu arsenal a disposição: rádios, redes de televisão, jornais impressos, colunistas de plantão, jornalistas pré-pagos, parlamentares oportunistas, ruralistas e até autoridades judiciais para denunciar um vandalismo sem precedentes: a destruição de mil pés de laranjas por militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Isso era inconcebível. “Queremos punição!” Bradavam, exigindo nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para criminalizar o MST e todos os que lutam por mudanças neste país. Afinal, nada melhor do que manter o mundo perfeito em que vivemos; não precisa mudar nada e muito menos lutar por mudanças. Alguns mais afoitos chegaram a concluir: é o fim do MST. Outros, com verso e prosa declaravam o fim dos movimentos sociais e da reforma agrária. E num só coro, todos clamavam: basta de vandalismo, desses pobres diabos do campo! Mas a realidade brasileira e a luta de classes é bem mais dura do que seus confortáveis apartamentos e seus diferenciados rendimentos, pagos pelas empresas de comunicação (ou pelo povo?). Independente das pacatas laranjas e das manipulações da Cutrale/Coca-Cola, detentora de 50 mil hectares distribuídos por mais de 30 fazendas, as duas semanas que se seguiram deram uma demonstração cruel do vandalismo estrutural e ideológico que domina as mentes e a política da classe dominante. Vamos recordar apenas alguns fatos, já que a memória tão curta da grande imprensa os calou: 1. Um incêndio mal explicado numa favela da região oeste de São Paulo deixou centenas de famílias sem absolutamente nada. Ninguém procura explicar porque, em pleno século 21, famílias de trabalhadores ficam expostas a essas condições de vida e riscos absurdos, na maior e mais rica cidade do hemisfério sul; 2. Enchentes e temporais transformam pacatas cidades do interior e grandes metrópoles em verdadeiros infernos. Mas ninguém explica para a população a causa das mudanças climáticas e das “vinganças” da natureza; 3. Oitenta e três trabalhadores da construção civil foram resgatados pela Polícia Federal, pois estavam trabalhando “em condições análogas à escravidão”. Sabe onde? Nada menos do que numa hidrelétrica, na região dos Parecis (MT). Logo as hidrelétricas, que representam tanto progresso; 4. Fazendeiros armados atacam um acampamento dos povos indígenas Kaiowa-guaranis, na região de Dourados (MS), colocam fogo em seus barracos e pertences e os expulsam. Os indígenas perderam tudo, menos a dignidade. Não houve mortes, milagrosamente, porque realizaram a ação à luz do dia, certos da impunidade. Detalhe: as terras da fazenda são dos povos indígenas. Quem é o verdadeiro invasor?; 5. Não bastassem os fatos do Brasil rural, eis que a violência social emerge sem controle nas cidades. Num final de semana no Rio de Janeiro, um helicóptero derrubado, dezenas de mortos, entre moradores, traficantes e policiais. Oito ônibus incendiados. A notícia poderia ser algum distante cenário de guerra, mas não, é na “cidade maravilhosa”. Muitos bairros do Rio vivem em guerra entre traficantes, polícia e milícias armadas e alimentadas pela classe dominante; 6. E a enfermidade social desse vandalismo estrutural, praticado pelas elites, aparece também nas atitudes pessoais de uma classe disposta a tudo para proteger seu patrimônio material. O irmão de um ex-governador de São Paulo, da “fina flor” paulistana, assassina o próprio filho, por causa do mau uso do seu automóvel, e depois se suicida. Triste pobreza ética; 7. O capitalismo propagandeado pela imprensa é o melhor dos mundos. Na agricultura seria um sucesso, com suas empresas e seus venenos. Ledo engano. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) acaba de anunciar que neste mês a humanidade atingiu a marca de 1 bilhão de seres humanos que passam fome todos os dias. É mais do que vandalismo dos que controlam os estoques de comida, já que a produção existente é suficiente. É um verdadeiro genocídio acobertado pelas elites e por seus meios de comunicação. Como se vê, os fatos nos remetem a uma boa reflexão sobre os vandalismos praticados todos os dias pela classe dominante. Isso nos ajuda a pensar sobre quem são os responsáveis e até quando se repetirão. fonte: Jornal Brasil de Fato.

18/10/2009

Exemplo de "como dar uma aula". (Vídeo)

OS NOSSOS PROFESSORES ANDAM ESTRESSADOS

É pública e notória a crescente degradação das condições de ensino no Brasil. Os baixos salários dos profissionais de educação convivem com a falta de investimentos nos equipamentos educacionais. O quadro é clássico: professores mal-remunerados, mal-preparados e desmotivados, escolas depredadas, alunos indisciplinados, resultados pífios, governantes demagogos e currículos desatualizados contribuem para o estado atual do “faz-me rir” da educação brasileira – em especial, na educação fundamental e no ensino médio.
Esse conluio de forças funestas contradiz a lógica discursiva oficial das nossas “otoridades” que, como em uma ladinha sem pé nem cabeça, afirmam em cada palanque, em cada solenidade, em cada discurso, que “a educação é a base de tudo”. Daí, sobram promessas vazias de planos mirabolantes, diagnósticos e avaliações “profundas”, investimentos maçicos de recursos, que integram a retórica vazia e o blablablá que ronda os nossos palácios e casas legislativas…
Enquanto isso, os profissionais da Educação sofrem do que alcunhei recentemente de “Síndrome do Marisco”: entrincheirados nos rochedos à beira-mar, eles sofrem constantemente à ação contundente dos agentes da natureza – ou melhor, dos atores sociais. Por um lado, as famílias e a sociedade aflitas por uma educação de qualidade, que é a garantia de um futuro melhor para os seus rebentos – longe, portanto, da violência do tráfico de drogas e da delinquência juvenil. Por outro, governantes e legisladores irresponsáveis, omissos e corruptos, que “empurram com a barriga” o estado atual das coisas, uma vez que construir escolas, capacitar e pagar melhor os profissionais que lá trabalham não dá Ibope e não ganha eleição. Triste sina de um país repleto de “Educadores-mariscos”, por sofrerem as intempéries do sol, por um lado, quanto das ondas do mar por outro, desgastando e erodindo o rochedo no qual se encontram precariamente instalados… Também, pudera, em um país com um Presidente da República que tem um imenso orgulho de nunca ter estudado na vida, o que podemos esperar? No mês de abril passado, saiu na Revista Nova Escola uma pesquisa sobre como anda a saúde dos professores brasileiros. Como não poderia deixar de ser – mais uma vez -, os resultados não são nem um pouco animadores. O estudo, feito pela revista em parceria com o Ibope em 2007, entrevistou 500 professores da rede pública de ensino das capitais brasileiras, e revelou que mais da metade dos pesquisados apresentam os sintomas típicos do estresse. Os sintomas mais comuns dessa síndrome, descrita pelo neurologista Hans Seyle em 1936, são dores de cabeça, dores musculares, distúrbios de voz, dificuldades de concentração, ansiedade, transtornos do sono, esgotamento físico e mental e alterações no humor. Tal estado, a ser continuado, pode gerar outros quadros patológicos mais graves como úlceras e irritações gástricas, alterações na pressão arterial, diabetes e até mesmo transtornos psiquiátricos, tais como irritabilidade, labilidade afetiva, baixa auto-estima, síndrome do pânico e depressão. Ou seja, o estresse é a ante-sala para distúrbios orgânicos, psicológicos e sociais mais graves, caso suas causas não sejam devidamente atacadas e gerenciadas…
O estresse é, atualmente, a principal causa para o absenteísmo e as elevadas taxas de afastamento de professores por problemas de saúde na rede pública de ensino. Só no Estado de São Paulo – a maior rede do país, com aproximadamente 250 mil professores -, o número de ausências ultrapassa a marca de 30 mil por dia. Segundo dados da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, em 2006 foram aproximadamente 140 mil afastamentos por motivos médicos. A média de dias licenciados por professor é de, aproximadamente, 33 dias.
Além dos números calamitosos, o custo dessas licenças para a máquina pública beira o absurdo do desperdício do dinheiro do cidadão-contribuinte. Segundo dados do Governo do Estado de São Paulo, o custo anual dessas licenças aos cofres públicos é de R$ 235 milhões – o que daria para construir, mobiliar e equipara 330 escolas de Educação Infantil. Não irei ficar aqui discutindo os motivos para tal quadro de degradação plena. Ao fazer isto, estarei sendo repetitivo, monótono e chato. E meus obsequiosos leitores não merecem isso desse Escriba que vos fala. É o “óbvio ululante”, como diria Nelson Rodrigues. Os relatos de professores, auxiliares educacionais e alunos, e os resultados obtidos por nossos alunos nas testagens internacionais falam por si só… O que precisa ser posto na mesa é o que fazer para reveter esse quadro tão adverso… A mesma reportagem levanta algumas soluções para o problema do estresse dos profissionais de Educação. Longe de propor um plano mirabolante de gestão do estresse, típico das autoridades governamentais e dos burocratas estatais, as medidas propostas são razoáveis, e até certo ponto factíveis de serem implementadas nas escolas do país – caso haja boa vontade por parte de todos os envolvidos.
São elas: o suporte da direção da escola aos profissionais que lá trabalham; a formação continuada dos professores; a organização do tempo por parte dos mesmos, abrindo espaço para atividades de lazer e de descanso; o trabalho em equipe; o estabelecimento de relacionamentos cooperativos com os alunos em sala de aula; melhores condições para o exercício da prática docente; currículos atualizados e adequados à necessidade dos alunos e da sociedade; e, por fim, a valorização do trabalho do educador, como meio de resgate da auto-estima e do prestígio destes profissionais.
Simples, não? O problema é, como diria o velho Garrincha, que para dar certo, “é preciso combinar com os adversários”. E quem, meus caros, quem são esses adversários??? Publicado em Brasil, Educação, Jovens, Pesquisa de Mercado, Psicologia | Maio 19, 2008 por: Jose Mauro Nunes

"É possível ter Escolas públicas Excelentes"

Cristovam Buarque (PDT-DF) relatou ontem em Plenário visita que havia feito pela manhã à Escola de Tempo Integral Padre Jósimo Morais Tavares, em Palmas. O senador afirmou que é possível ter "escolas públicas excelentes em todo o país". Dizendo-se encantado com a qualidade do ensino ministrado às crianças da capital tocantinense, em sua maioria oriundas de famílias de baixa renda, Cristovam elogiou o prefeito da Palmas, Raul Filho, por ter conseguido construir, equipar e vir mantendo em funcionamento, apenas com recursos do município, a escola de tempo integral. A instituição, inaugurada em 2007, possui cinco laboratórios (físico-químico, ciências, multiuso, informática e línguas), banheiros organizados, uma sala de descanso, um refeitório com cadeiras coloridas e quadros com motivos tocantinenses. O complexo esportivo conta com duas quadras cobertas, um campo de futebol, uma pista de atletismo, enfermaria, salas de dança, música e artes marciais, duas piscinas, sendo uma infantil e outra semiolímpica. Cristovam informou que as crianças chegam cedo ao colégio, tomam café, almoçam e lancham. Os estudantes permanecem nove horas na instituição, podendo chegar a 11 horas quando são incluídas atividades como natação, dança, xadrez e inglês. A escola, frisou o senador, está localizada em um bairro pobre e é destinada a crianças também pobres. A excelência do colégio, disse Cristovam, faz com que os professores tenham dificuldade para mandar as crianças para casa porque elas se sentem bem no ambiente escolar. Apontando a iniciativa exitosa de Palmas como exemplo a ser copiado pelo restante do país, Cristovam pediu o apoio do Senado para a aprovação do projeto de lei de sua autoria que determina a obrigatoriedade de políticos eleitos matricularem seus filhos em escolas públicas, como forma de comprometê-los com a melhoria da qualidade do ensino no país. Fonte: Jornal do Senado de sexta-feira, 26 de junho.

17/10/2009

(Sabedoria indígena).

"Se você falar com os animais, eles falarão com você.E assim, vocês conhecerão um ao outro.Se você não falar com eles, não os conhecerá......E aquilo que você não conhece, você teme.... E aquilo que se teme, se destrói."
Nós os índios conhecemos o silêncio. Não temos medo dele. Na verdade para nós ele é mais poderoso do que as palavras.
Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles nos transmitiram essa sabedoria. "Observa, escuta e logo atua" nos diziam. Esta é a maneira correta de viver. Observa os animais, para ver como cuidam de seus filhotes. Observa os anciões, para ver como se comportam.. Observa o homem branco para ver o que querem. Sempre observa primeiro com o coração e a mente quietos e então aprenderás. Quando tiveres observado o suficiente então poderás atuar. Com os brancos é o contrário. Vocês aprendem falando. Dão prêmios às crianças que falam mais na escola. Em suas festas todos tratam de falar. No trabalho estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos e todos falam cinco dez cem vezes. E chamam isso de "resolver um problema". Talvez o silêncio seja duro demais a vocês porque mostra um lado que não quereis ver. Quando estão numa habitação e há silêncio ficam nervosos. Precisam preencher o espaço com sons. Então falam compulsivamente mesmo antes de saber o que vão dizer. Vocês gostam de discutir. Nem sequer permitem que o outro termine uma frase. Sempre interrompem. Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido inclusive. Se começas a falar eu não vou te interromper. Te escutarei. Talvez deixe de escutar se não gostar do que estás dizendo. Mas não vou te interromper. Quando terminares tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo a menos que seja importante. Do contrário simplesmente ficarei calado e me afastarei. Terás dito o que preciso saber. Não há mais nada a dizer. Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês. Deveríamos pensar nas palavras como se fossem sementes. Deveriam plantá-las e permiti-las crescer em silêncio. Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando e que devemos ficar em silêncio para escutá-la. Existem muitas vozes além das nossas. Muitas vozes. Só vamos escutá-las em silêncio. "Não sofremos de falta de comunicação mas ao contrário sofremos com todas as forças que nos obrigam a nos exprimir quando não temos grande coisa a dizer".

16/10/2009

DIREÇÃO NACIONAL DO MST SE PRONUNCIA:

Diante dos últimos episódios que envolvem o MST e vêm repercutindo na mídia, a direção nacional do MST vem a público se pronunciar.
1. A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. O resultado do Censo de 2006, divulgado na semana passada, revelou que o Brasil é o país com a maior concentração da propriedade da terra do mundo. Menos de 15 mil latifundiários detêm fazendas acima de 2,5 mil hectares e possuem 98 milhões de hectares. Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras. 2. Há uma lei de Reforma Agrária para corrigir essa distorção histórica. No entanto, as leis a favor do povo somente funcionam com pressão popular. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. A Constituição Federal estabelece que devem ser desapropriadas propriedades que estão abaixo da produtividade, não respeitam o ambiente, não respeitam os direitos trabalhistas e são usadas para contrabando ou cultivo de drogas. 3. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras públicas, como acontece, por exemplo, no Pontal do Paranapanema e em Iaras (empresa Cutrale), no Pará (Banco Opportunity) e no sul da Bahia (Veracel/Stora Enso). São áreas que pertencem à União e estão indevidamente apropriadas por grandes empresas, enquanto se alega que há falta de terras para assentar trabalhadores rurais sem terras. 4. Os inimigos da Reforma Agrária querem transformar os episódios que aconteceram na fazenda grilada pela Cutrale para criminalizar o MST, os movimentos sociais, impedir a Reforma Agrária e proteger os interesses do agronegócio e dos que controlam a terra. 5. Somos contra a violência. Sabemos que a violência é a arma utilizada sempre pelos opressores para manter seus privilégios. E, principalmente, temos o maior respeito às famílias dos trabalhadores das grandes fazendas quando fazemos as ocupações. Os trabalhadores rurais são vítimas da violência. Nos últimos anos, já foram assassinados mais de 1,6 mil companheiros e companheiras, e apenas 80 assassinos e mandantes chegaram aos tribunais. São raros aqueles que tiveram alguma punição, reinando a impunidade, como no caso do Massacre de Eldorado de Carajás. 6. As famílias acampadas recorreram à ação na Cutrale como última alternativa para chamar a atenção da sociedade para o absurdo fato de que umas das maiores empresas da agricultura - que controla 30% de todo suco de laranja no mundo - se dedique a grilar terras. Já havíamos ocupado a área diversas vezes nos últimos 10 anos, e a população não tinha conhecimento desse crime cometido pela Cutrale. 7. Nós lamentamos muito quando acontecem desvios de conduta em ocupações, que não representam a linha do movimento. Em geral, eles têm acontecido por causa da infiltração dos inimigos da Reforma Agrária, seja dos latifundiários ou da policia. 8. Os companheiros e companheiras do MST de São Paulo reafirmam que não houve depredação nem furto por parte das famílias que ocuparam a fazenda da Cutrale. Quando as famílias saíram da fazenda, não havia ambiente de depredações, como foi apresentado na mídia. Representantes das famílias que fizeram a ocupação foram impedidos de acompanhar a entrada dos funcionários da fazenda e da PM, após a saída da área. O que aconteceu desde a saída das famílias e a entrada da imprensa na fazenda deve ser investigado. 9. Há uma clara articulação entre os latifundiários, setores conservadores do Poder Judiciário, serviços de inteligência, parlamentares ruralistas e setores reacionários da imprensa brasileira para atacar o MST e a Reforma Agrária. Não admitem o direito dos pobres se organizarem e lutarem. Em períodos eleitorais, essas articulações ganham mais força política, como parte das táticas da direita para impedir as ações do governo a favor da Reforma Agrária e "enquadrar" as candidaturas dentro dos seus interesses de classe. 10. O MST luta há mais de 25 anos pela implantação de uma Reforma Agrária popular e verdadeira. Obtivemos muitas vitórias: mais de 500 mil famílias de trabalhadores pobres do campo foram assentados. Estamos acostumados a enfrentar as manipulações dos latifundiários e de seus representantes na imprensa. À sociedade, pedimos que não nos julgue pela versão apresentada pela mídia. No Brasil, há um histórico de ruptura com a verdade e com a ética pela grande mídia, para manipular os fatos, prejudicar os trabalhadores e suas lutas e defender os interesses dos poderosos. Apesar de todas as dificuldades, de nossos erros e acertos e, principalmente, das artimanhas da burguesia, a sociedade brasileira sabe que sem a Reforma Agrária será impossível corrigir as injustiças sociais e as desigualdades no campo. De nossa parte, temos o compromisso de seguir organizando os pobres do campo e fazendo mobilizações e lutas pela realização dos direitos do povo à terra, educação e dignidade. São Paulo, 9 de outubro de 2009

14/10/2009

EDUCAÇÃO INFANTIL DEBATE A RESOLUÇÃO 002/2009 CEB/CNE

Durante o COMED/BH e a V Conferência Municipal de Educação, solicitamos à Presidente do CME/BH, Conceição Ramalho, o agendamento de uma plenária extraordinária para a discussão da resolução 002/2009 da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. Esta resolução estabelece critérios para os planos de carreira do magistério, proibindo a diferenciação salarial entre as diversas etapas da educação básica.

Para que a resolução seja implementada em Belo Horizonte, é preciso discuti-la dentro do Conselho Municipal de Educação. Para isto, pré-agendamos a plenária para o dia 12 de novembro e estamos aguardando a confirmação da data e horário pela presidente.

Ressaltamos a importância da presença de todos/as nesta discussão, principalmente das/os professores/as da educação infantil.

Antonieta - Conselheira Municipal de Educação de 2008 a 2011; Eden - Conselheiro Municipal de Educação de 2008 a 2011; Cristiane - Diretora do SindRede/BH e eleita Conselheira Municipal de Educação de 2010 a 2011; Thaís - Diretora do SindRede/BH

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09/10/2009

PBH precisa criar modelo substituto

Antônio Marcos de Vasconcelos - Belo Horizonte
“Para que foi criado pela Prefeitura de Belo Horizonte o sistema da escola plural?
Pelo projeto inicial, foi para reduzir a evasão causada pela repetência excessiva. O modelo tradicional deu lugar a uma escola que não seria mais seriada e, sim, por ciclos, para que o aluno fosse assistido e seguisse com seus pares de idade. Além disso, extinguiu-se a reprovação. O aluno que apresentasse defasagens e não conseguisse acompanhar a turma teria um projeto da escola para que ele pudesse, depois de um determinado tempo, estar junto com seus pares. O trabalho docente seria feito de forma coletiva por meio de atividades interdisciplinares. O professor teria os horários de projeto para que pudesse preparar seu trabalho; disporia semanalmente do horário de reunião pedagógica para que com os colegas preparasse os projetos interdisciplinares. Esse era, em síntese, o projeto da escola plural. Porém, o tempo passou e a escola, que era para ser democrática e participativa, que mudasse a educação no município, que saísse daquele modelo tradicional, que servisse de base para o Brasil, se tornou excessivamente singular. O professor perdeu o horário de reunião; não há mais espaço para conselho de classe; o aluno não estuda, porque sabe que estudando ou não será aprovado; a indisciplina tomou conta; e o professor virou vigia de aluno indisciplinado. Há um desânimo total da categoria, não há mais prazer de trabalhar, pois você não consegue fazê-lo. A escola, que era para ser democrática, moderna e atraente, acabou virando uma instituição burocrática, fechada e, às vezes, ditatorial. A escola plural acabou. Urge um novo modelo.” .
Fonte: Jornal Estado de Minas Coletivo Fortalecer o Sind-Rede/BH

05/10/2009

O Custo de um deputado e de um senador p/ o nosso país.

Num país onde a educação não é valorizada, onde os professores são mal pagos e aceitam esta condição, acontece esses absurdos. Vejam a matéria da Revista Galileu do mês de outubro:
Click na imagem:

27/09/2009

Você, Educacionista

Artigo publicado no jornal O Globo, no dia 16/02/2008Cristovam Buarque * www.cristovam.org.br
"Navio negreiro" foi escrito por Castro Alves em 1868, anos antes de Joaquim Nabuco escrever "O Abolicionista". Foi o poeta quem despertou o Brasil e divulgou a mensagem dos abolicionistas. Durante o regime militar, foram os poetas e cantores que nos acordaram para a democracia. Na semana passada, 120 anos depois da Abolição, os poetas voltaram às ruas com outra bandeira: o educacionismo. A escola de samba "Vai Vai", de São Paulo, cantou a educação como saída para o futuro do Brasil. No desfile das campeãs, carregou uma imensa bandeira do Brasil com o lema "Educação é Progresso", no lugar de "Ordem e Progresso". O Thobias Nascimento e os passistas da "Vai Vai" não são os únicos educacionistas no cenário brasileiro. O desfile foi inspirado no empresário Antonio Ermírio de Moraes, um educacionista que defende a educação como saída para o Brasil. Seu livro tem um título que lembra Castro Alves: "Educação, pelo amor de Deus". Jorge Gerdau é outro empresário educacionista, que há anos investe parte de seus recursos em educação. É um dos promotores do "Compromisso de Todos pela Educação", que mobiliza a consciência nacional e de nossos dirigentes para a importância da educação. Milu Vilela é uma educacionista que faz companhia ao Gerdau na direção do "Compromisso de Todos pela Educação". E a isso tem se dedicado há anos, usando sua energia e influência, procurando apoio, incentivando bons professores, bons secretários estaduais e municipais. Viviane Senna é outra educacionista. Usa obstinadamente seu prestígio para lutar pela educação. Não só pressionando politicamente nossos dirigentes, e investindo, por meio da Fundação Ayrton Senna. Tive o privilégio de visitar sua experiência na Zona da Mata pernambucana e assistir a recuperação de crianças que tinham ficado para trás, abandonadas pelo governo, pelas famílias e por si próprias, como casos perdidos do ponto de vista educacional. Já começavam a constituir o contingente de analfabetos adultos, quando seu programa trouxe-as de volta à esperança. Xuxa, uma das mais conhecidas artistas brasileiras, é quase desconhecida no que se refere ao seu trabalho como educacionista na Fundação Xuxa Menegel, onde atende 350 crianças, desde a primeira infância, e suas famílias, em um total de 2 mil pessoas. Rodrigo Baggio é um educacionista que se dedica desde a adolescência à tarefa de promover a inclusão digital que deveria ser feita dentro das escolas. Denise Valente dirige uma rede de 40 escolas da maior qualidade mantidas gratuitamente pela Fundação Bradesco, que atende mais de 109 mil alunos anualmente. Antônio Oliveira Santos, presidente da Confederação Nacional do Comércio, inaugura, no Rio de Janeiro, dia 19, a ESEM, a Escola Sesc de Ensino Médio, uma instituição com internato de alunos e professores. Jorge Werthein, José Roberto Marinho, Severiano Alves, Cláudio de Moura e Castro, Nizan Guanaes ¿ o Brasil está cheio de "educacionistas", adjetivo que ainda não existe nos nossos dicionários; militantes do "educacionismo", substantivo que os nossos dicionários ainda não adotaram, mas já tem significado: a doutrina que considera a educação como vetor fundamental do progresso, defende que a utopia não vem da desapropriação do capital dos patrões para os empregados, mas sim de colocar os filhos dos empregados na mesma escola dos filhos do patrão. A enorme bandeira do Brasil que os integrantes da "Vai Vai" carregaram no sambódromo paulista, com o lema "Educação é Progresso", mostrou que o movimento educacionista começa a crescer, no século XXI, como no século XIX, um movimento inicialmente muito pequeno cresceu, com o nome de abolicionista. Eles queriam que todos brasileiros fossem livres da escravidão; nós queremos que todos os brasileiros tenham acesso a uma escola de qualidade, único caminho para serem livres. Falta fazer com que os educacionistas de hoje se transformem em um exército. Por isso, seja um educacionista, você também. * Professor da Universidade de Brasília, Senador pelo PDT/DF.

26/09/2009

Liberdade e justiça social - Por Frei Betto

Na década de 1980 visitei, com frequência, paises socialistas: União Soviética, China, Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia e Cuba. Estive também na Nicarágua sandinista. As viagens decorreram de convites dos governos daqueles países, interessados no diálogo entre Estado e Igreja. Do que observei, concluí que socialismo e capitalismo não lograram vencer a dicotomia entre justiça e liberdade. Ao socializar o acesso aos bens materiais básicos e aos direitos elementares (alimentação, saúde, educação, trabalho, moradia e lazer), o socialismo implantara, contudo, um sistema mais justo à maioria da população que o capitalismo. Ainda que incapaz de evitar a desigualdade social e, portanto, estruturas injustas, o capitalismo instaurou, aparentemente, uma liberdade – de expressão, reunião, locomoção, crença etc. – que não se via em todos os países socialistas governados por um partido único (o comunista), cujos filiados estavam sujeitos ao “centralismo democrático”. Residiria o ideal num sistema capaz de reunir a justiça social, predominante no socialismo, com a liberdade individual vigente no capitalismo? Essa questão me foi colocada por amigos durante anos. Opinei que a dicotomia é inerente ao capitalismo. A prática de liberdade que nele predomina não condiz com os princípios de justiça. Basta lembrar que seus pressupostos paradigmáticos – competitividade, apropriação privada da riqueza e soberania do mercado – são antagônicos aos princípios socialistas (e evangélicos) de solidariedade, partilha, defesa dos direitos dos pobres e da soberania da vida sobre os bens materiais.
No capitalismo, a apropriação individual e ilimitada da riqueza é direito protegido por lei. E a aritmética e o bom-senso ensinam que quando um se apropria muitos são desapropriados. A opulência de uns poucos decorre da carência de muitos.
A história da riqueza no capitalismo é uma sequência de guerras, opressão colonialista, saques, roubos, invasões, anexações, especulações etc. Basta verificar o que sucedeu na América Latina, na África e na Ásia entre os séculos XVI e a primeira metade do século XX. Hoje, a riqueza da maioria das nações desenvolvidas decorre da pobreza dos países ditos emergentes. Ainda agora os parâmetros que regem a OMC são claramente favoráveis às nações metropolitanas e desfavoráveis aos países exportadores de matérias-primas e mão de obra barata. Um país capitalista que agisse segundo os princípios da justiça cometeria um suicídio sistêmico; deixaria de ser capitalista. Nos anos 80, ao integrar a Comissão Sueca de Direitos Humanos, fui questionado, em Uppsala, por que o Brasil, com tanta fartura, não conseguia erradicar a miséria, como fizera a pequena Suécia. Perguntei-lhes: “Quantas empresas brasileiras estão instaladas na Suécia?” Fez-se prolongado silêncio. Naquela época, nenhuma empresa brasileira operava na Suécia. Em seguida, indaguei: “Quantas empresas suecas estão presentes no Brasil?” Todos sabiam que havia marcas suecas em quase toda a América Latina, como Volvo, Scania, Ericsson e a SKF, mas não precisamente quantas no Brasil. “Vinte e seis”, esclareci. (Hoje são 180). Como falar em justiça quando um dos pratos da balança comercial é obviamente favorável ao país exportador em detrimento do importador? Sim, a injustiça social é inerente ao capitalismo, poderia alguém admitir. E logo objetar: mas não é verdade que, no capitalismo, o que falta em justiça sobra em liberdade? Nos países capitalistas não predominam o pluripartidarismo, a democracia, o sufrágio universal, e cidadãos e cidadãs não manifestam com liberdade suas críticas, crenças e opiniões? Não podem viajar livremente e até mesmo escolher viver em outro país, sem precisar imitar os “balseros” cubanos? De fato, nos países capitalistas a liberdade existe apenas para uma minoria, a casta dos que têm riqueza e poder. Para os demais, vigora o regime de liberdade consentida e virtual. Como falar de liberdade de expressão da faxineira, do pequeno agricultor, do operário? É uma liberdade virtual, pois não dispõem de meios para exercitá-la. E se criticam o governo, isso soa como um pingo de água submergido pela onda avassaladora dos meios de comunicação – TV, rádio, internet, jornais, revistas – em mãos da elite, que trata de infundir na opinião pública sua visão de mundo e seu critério de valores. Inclusive a ideia de que miseráveis e pobres são livres...
Por que os votos dessa gente jamais produzem mudanças estruturais? No capitalismo, devido à abundância de ofertas no mercado e à indução publicitária ao consumo supérfluo, qualquer pessoa que disponha de um mínimo de renda é livre para escolher, nas gôndolas dos supermercados, entre diferentes marcas de sabonetes ou cervejas. Tente-se, porém, escolher um governo voltado aos direitos dos mais pobres! Tente-se alterar o sacrossanto “direito” de propriedade (baseado na sonegação desse direito à maioria). E por que Europa e EUA fecham suas fronteiras aos imigrantes dos países pobres? Onde a liberdade de locomoção?
Sem os pressupostos da justiça social, não se pode assegurar liberdade para todos. Frei Betto é escritor, autor de “Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” (Rocco), entre outros livros.

19/09/2009

Neoliberalismo e Educação:

· Neoliberalismo, qualidade total e educação - Luciana Sacramento Aguiar: "Nesse momento todos nós envolvidos com a educação e todos os cidadãos devem estar atentos ao discurso silencioso neoliberal que vai gradativamente difundindo os princípios privativistas na educação, discurso esse que carrega uma lógica perversa de mercantilização da educação que só agrava a desigualdade já existente." (Fonte: AGUIAR · As políticas educacionais no contexto do neoliberalismo - Antônio Inácio Andrioli: "A conjuntura das políticas educacionais no Brasil ainda demonstra sua centralidade na hegemonia das idéias liberais sobre a sociedade, como reflexo do forte avanço do capital sobre a organização dos trabalhadores na década de 90. A intervenção de mecanismos internacionais como o FMI e o Banco Mundial, aliada à subserviência do governo brasileiro à economia mundial, repercute de maneira decisiva sobre a educação." (Fonte: Revista Mensal ) · Neoliberalismo, sistema educacional e trabalhadores em educação no Brasil - Síntese de palestra proferida por Armando Boito Jr. (livre docente de Ciência Política da Unicamp) no Grande Auditório do Centro Anhembi, em São Paulo, durante o 4º Congresso Nacional de Educação (4º Coned) realizado de 23 a 26 de abril de 2002: "Nossa profissão é tão importante quanto todas as demais e, de qualquer modo, se se detectasse alguma diferença de importância entre as profissões, ainda restaria por demonstrar que tais diferenças deveriam ser reproduzidas no plano da remuneração. Essa é a luta ideológica que devemos enfrentar para completar, digamos assim, o processo de unificação interna do nosso movimento sindical e aproximá-lo cada vez mais e de maneira cada vez mais sólida da luta geral dos trabalhadores brasileiros, sejam eles trabalhadores manuais ou trabalhadores intelectuais." (Fonte: Revista Mensal)

Palestra do Frei Beto. Vejam os 6 vídeos: Espiritualidade e pós modernidade

Uma série de 6 vídeos que valem a pena assistir. Veja na página do Youtube, para ver toda a série.

15/09/2009

PBH REALIZA PRÉ-CONFERÊNCIAS REGIONAIS DE EDUCAÇÃO

 Sábado, 12 de Setembro de 2009
Ano XV - Edição N.: 3422
Poder Executivo
Capa


A Prefeitura de Belo Horizonte realiza no dia 26 de setembro, às 8h, as Pré-Conferências Regionais de Educação, em pontos distintos das nove regio­nais da cidade. Na ocasião, serão eleitos 60 representantes da comunidade escolar, que atuarão como delegados na Conferência Municipal de Educação (Comed-BH), preparatória da Conferência Nacional de Educação (Conae 2010), e na V Conferência Municipal de Educação. Toda a comunidade pode participar dessas conferências, mas, para isso, é preciso participar de uma das pré-conferências. Para se inscreverem, os interessados devem procurar as Gerências Regionais de Educação.

Comed-BH

A Comed-BH será realizada nos dias 5 e 6 de outubro, no Sesc Venda Nova (rua Maria Borboleta, s/nº, bairro Letícia). Durante o encontro, serão eleitos 174 delegados que representarão a capital no Conferência Estadual de Educação (Coeed-BH). A Comed-BH tem grande importância, pois é a primeira vez em que sociedade civil, agentes públicos, entidades de classe, estudantes, profissionais da educação e pais se reunirão em torno da discussão pela melhoria da qualidade da educação brasileira, para fins de proposição de políticas públicas em âmbito nacional. É uma grande oportunidade para que as pessoas possam contribuir para a definição de critérios, proposição de alterações supressivas ou aditivas aos eixos temáticos constantes de um documento, cujo objetivo é qualificar e otimizar a educação.

.As questões abordadas na Comed-BH serão levadas para a Coeed-MG, prevista para novembro deste ano e, posteriormente, serão debatidas na Conae, que será realizada em abril de 2010, em Brasília, com o objetivo de propor diretrizes e metas para a elaboração do novo Plano Nacional de Educação.


V Conferência Municipal

No dia 7 de outubro a­contecerá a V Conferência Municipal de Educação, que discutirá questões mais específicas do Sistema Municipal de Ensino, pautadas nos temas dos dois dias anteriores, articulando as questões pertinentes ao Plano Municipal de Educação, além de eleger os novos membros do Conselho Municipal de Educação para o biênio 2010/2011.

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Nessas conferências, os temas debatidos serão emba­sados em seis eixos temáticos oriundos do tema central da Conae: “Construindo o Sistema Nacional articulado de Educação: Plano Nacional de Educação, suas diretrizes e estratégias de ação”.
Locais onde serão realizadas as Pré-Conferências


  • Barreiro - Escola Municipal Luiz Gatti (rua O Garimpeiro, 45, Conjunto Ademar Maldonado)


  • Centro-Sul - Escola Municipal Marconi (avenida do Contorno, 8.476, bairro Santo Agostinho)

  • Leste - Escola Municipal Santos Dumont (avenida Mem de Sá, 600, bairro Santa Efigênia)

  • Nordeste - Escola Municipal Professora Eleonora Pieruccetti (avenida Bernardo Vasconcelos, 288, bairro Cachoeirinha)

  • Noroeste - Escola Municipal Belo Horizonte (avenida José Bonifácio, 189, bairro São Cristóvão)

  • Norte - Escola Municipal Hélio Pellegrino (rua Guilherme Soares, 255, bairro Guarani)

  • Oeste - Sebrae (avenida Barão Homem de Melo, 329, bairro Nova Suíssa)

  • Pampulha - Regional Pampulha (avenida Antônio Carlos, 7596, bairro São Luiz)

  • Venda Nova - Escola Municipal Geraldo Teixeira da Costa (rua Márcio Lima Paixão, 8, bairro Rio Branco)

12/09/2009

AÇÃO POPULAR

Reforçamos a necessidade de ampliarmos a coleta de assinaturas do
Projeto de Iniciativa Popular com os seguintes objetivos:

a) a redução do interstício para a progressão por mérito para o mínimo
de 913 dias, previsto pelo Estatuto do Servidor, e não por 1.095 como
vem sendo aplicado pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte;
b) Um piso salarial para todos(as) os(as) Trabalhadores(as) em
Educação nível médio (Auxiliares de Escola, Biblioteca e Secretaria);
c) Unificação da carreira do cargo de Educador Infantil com o cargo de
Professor Municipal.

* As assinaturas já coletadas devem ser entregues no Sind-Rede/BH.