Antônio Marcos de Vasconcelos - Belo Horizonte
“Para que foi criado pela Prefeitura de Belo Horizonte o sistema da escola plural?
Pelo projeto inicial, foi para reduzir a evasão causada pela repetência excessiva. O modelo tradicional deu lugar a uma escola que não seria mais seriada e, sim, por ciclos, para que o aluno fosse assistido e seguisse com seus pares de idade. Além disso, extinguiu-se a reprovação. O aluno que apresentasse defasagens e não conseguisse acompanhar a turma teria um projeto da escola para que ele pudesse, depois de um determinado tempo, estar junto com seus pares. O trabalho docente seria feito de forma coletiva por meio de atividades interdisciplinares. O professor teria os horários de projeto para que pudesse preparar seu trabalho; disporia semanalmente do horário de reunião pedagógica para que com os colegas preparasse os projetos interdisciplinares. Esse era, em síntese, o projeto da escola plural. Porém, o tempo passou e a escola, que era para ser democrática e participativa, que mudasse a educação no município, que saísse daquele modelo tradicional, que servisse de base para o Brasil, se tornou excessivamente singular.
O professor perdeu o horário de reunião; não há mais espaço para conselho de classe; o aluno não estuda, porque sabe que estudando ou não será aprovado; a indisciplina tomou conta; e o professor virou vigia de aluno indisciplinado. Há um desânimo total da categoria, não há mais prazer de trabalhar, pois você não consegue fazê-lo. A escola, que era para ser democrática, moderna e atraente, acabou virando uma instituição burocrática, fechada e, às vezes, ditatorial.
A escola plural acabou.
Urge um novo modelo.”
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Fonte: Jornal Estado de Minas
Coletivo Fortalecer o Sind-Rede/BH
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