21/05/2012

PRIORIDADES DO MUNDO E CONSIDERAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO



Uma olhadinha na atualidade nos traz a imagem seguinte, apresentada por um relatório das Nações Unidas de 1998: Não se conseguem os 6 bilhões de dólares que seriam necessários para colocar nas escolas quem está fora delas, no planeta; tampouco se conseguem os 9 bilhões para assegurar água e saneamento para todos, ou os 13 bilhões necessários para assegurar saúde básica e nutrição para todos. Mas se conseguem 8 bilhões para cosméticos nos Estados Unidos, 11 bilhões para sorvete na Europa, 17 bilhões de ração para animais de estimação, 50 bilhões para cigarros na Europa, 400 bilhões para narcóticos e 780 bilhões para gastos militares no mundo. O relatório das Nações Unidas apresenta estas cifras com um titulo irônico: "Prioridades do Mundo?"
(Ladislaw Dowbor)
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A Educação não serve, apenas para fornecer pessoas qualificadas ao mundo da economia: Não se destina ao ser humano enquanto agente econômico, mas enquanto fim último do desenvolvimento. Desenvolver os talentos e as aptidões de cada um corresponde, ao mesmo tempo, à missão fundamentalmente humanista da educação, à exigência de equidade que deve orientar qualquer política educativa e às verdadeiras necessidades de um desenvolvimento endógeno, respeitador do meio ambiente humano e natural, e da diversidade de tradições e de culturas. E mais especialmente, se é verdade que a formação permanente é uma idéia essencial dos nossos dias, é preciso inscrevê-la, para além de uma simples adaptação ao emprego, na concepção mais ampla de uma educação ao longo de toda a vida, concebida como condição de desenvolvimento harmônioso e contínuo da pessoa. (Relatório Jacques Delors)

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A VIRTUDE DO DIÁLOGO  - Podemos  concluir a rápida análise da instituição escolar e de seu lugar no Estado. É claro que essa instituição não é o lugar onde as crianças se iniciam na política, nos conflitos de interesses e nas relações de poder que ela implica. Mas é, afastada a política, o lugar da cultura, o lugar onde são feitas as perguntas sobre os princípios: O que é uma constituição? O que é o Direito? O que é o Estado? O que é a informação, a comunicação? O que é a Justiça? Por isso, é um lugar eminentemente político. Tem o papel  de formar a opinião pública, para permitir que ela imponha, no centro das querelas e das rivalidades de pessoas, a consideração dos princípios. (...) Em termos Weilianos, é ela o lugar, não da discussão mas do diálogo, desse diálogo sem o qual a política é apenas a continuação, por outros meios, da guerra. (Patrice Canivez)