26/12/2012

OS DONOS TEMPORAIS DO MUNDO. DENÚNCIA.

 Breve reflexão sobre a lógica das elites econômicas brasileiras
     Em meio às dificuldades da economia brasileira, dois estudos recentemente divulgados ilustram como o poder econômico está concentrado em pouquíssimas pessoas que, nos tempos que correm, controlam os destinos do mundo, solapando a ação do Estado e obstruindo qualquer possibilidade de controle social sobre os rumos da economia.

Informações que também ajudam a confirmar características das elites nos países subdesenvolvidos, com passado de colonização e presente de dependência, como o Brasil.
      A primeira pesquisa mostra que, no Brasil, corporações estrangeiras adquiriram 167 empresas de capital nacional no primeiro semestre de 2012, a maior liquidação de empresas privadas brasileiras num único semestre de toda a história do país, batendo o recorde do primeiro semestre de 2011 (94 empresas desnacionalizadas).

São dados da última Pesquisa de Fusões e Aquisições da consultoria KPMG. A maior parte (71 empresas nacionais) foi adquirida por transnacionais com sede nos EUA, seguido por corporações da França (13 empresas nacionais adquiridas), da Inglaterra (12 empresas) e da Alemanha (11 empresas), entre outras.

O capital estrangeiro adquiriu controle de empresas nos mais diversos setores da economia: de serviços para empresas (21 desnacionalizações) e tecnologia da informação (17), passando por produtos químicos e farmacêuticos (17), alimentos, bebidas e fumo (9), telecomunicações e mídia (8), mineração (7), entre outros.
 Desde 2004, passaram a ser controladas de fora do país nada menos que 1.167 empresas que antes eram nacionais, sendo 86,5% destas (1.009 empresas) desnacionalizadas após 2006, ano em que o Governo Federal passou a facilitar o ingresso no País do chamado “investimento direto estrangeiro”, eufemismo para a compra de empresas nacionais por transnacionais.
     A segunda e mais impressionante informação evidencia o que fazem os antigos empresários nacionais com os recursos que recebem por desnacionalizarem suas empresas, juntamente com os demais membros da seleta elite dos milionários do planeta. O Brasil é o quarto país com maior volume de recursos depositados no exterior. Em 2010, nada menos do que US$ 520 bilhões (cerca de R$ 1,05 trilhão) estavam depositados pelos mais ricos do país em paraísos fiscais. O valor é equivalente a quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrado em 2010, de R$ 3,7 trilhões, e muito superior à dívida externa do Brasil, que está em US$ 303 bilhões.
     São dados do relatório The Price of offshore revisited (O preço do dinheiro em paraísos fiscais revisitado, em tradução livre) da ONG inglesa Tax Justice Network (Rede de Justiça Tributária, em tradução livre), elaborado pelo economista James Henry.
Trata-se do mais completo mapeamento dos recursos financeiros investidos em paraísos fiscais, como a Suíça, as Ilhas Cayman e o Uruguai, e não declarados às autoridades nacionais, como a Receita Federal, no Brasil.
A fortuna dos ricos brasileiros no exterior só perde para a dos chineses (US$ 1,1 tri), dos russos (US$ 798 bi) e dos coreanos (US$ 779 bi). No total, o estudo estima em pelo menos US$ 21 trilhões o total de recursos expatriados no mundo, valor equivalente ao PIB somado dos EUA e do Japão, nas mãos de 10 milhões de investidores. Deste montante, cerca de US$ 9,8 trilhões pertencem a apenas 91 mil pessoas, ou 0,001% da população mundial.
     Até o fim de 2010, os 50 maiores bancos privados do mundo administravam US$ 12,1 trilhões em ativos investidos além das fronteiras dos países de origem dos recursos.
O volume era de US$ 5,4 trilhões em 2005, um crescimento anual da ordem de 16% nesse período.

Os bancos que detêm o maior volume de recursos desta natureza são os suíços UBS e Credit Suisse e o estadunidense Goldman Sachs. “Esses bancos agem, principalmente, abordando as elites de países exportadores de riquezas minerais (petróleo, minério de ferro, pedras preciosas) – inclusive os africanos – para que enviem seus recursos ao exterior”, afirma o diretor da Tax Justice Network John Christensen.

Na América Latina, além do Brasil, México (US$ 417 bilhões), Venezuela (US$ 406 bilhões) e Argentina (US$ 399 bilhões) estão entre os 20 países cujas elites mais enviaram dinheiro a paraísos fiscais ao logo das últimas três décadas.
O autor do estudo ressalta que a desigualdade no mundo é muito maior do que a estimada nos trabalhos já realizados sobre o tema, uma vez que estes não levam em conta os valores expatriados pelos super-ricos do mundo, considerando apenas a renda das pessoas, basicamente decorrente de salários. Assim, a desigualdade de riqueza aprofunda absurdamente a desigualdade de renda.
 Uma economia crescentemente desnacionalizada, com os centros de decisão das empresas deslocados para o exterior, num contexto de extrema concentração de riqueza nas mãos de um reduzido número de pessoas, com fortunas familiares que superam em muito o PIB da maioria dos países do planeta: eis a correlação de forças do mundo em que vivemos.
     Particularmente, a elite brasileira, completamente desenraizada em seu próprio país, é incapaz de se reconhecer na sofrida história latino-americana e por isso projeta suas raízes nos países do centro do sistema capitalista, de onde importa costumes, valores e modas estéticas e intelectuais.

O desenraizamento da elite brasileira determina seu padrão de consumo. E, com conseqüências ainda mais dramáticas, influencia o espelhamento da classe trabalhadora nos padrões globais de consumo e na forma de vida defendida pela elite brasileira.
O desejo de consumir como a elite consome, passa a condicionar o horizonte político de ação dos trabalhadores, estreitando suas lutas emancipatórias e reduzindo-as aos limites estreitos do corporativismo sindical, cuja direção torna-se presa fácil para a cooptação pelos interesses empresariais.

O estudo verificou que a maior parte dos países que possuem dívidas externas é, na verdade, credor, quando se computam os recursos depositados em paraísos fiscais. O problema é que esta riqueza, sob controle das elites locais, está expatriada, enquanto a dívida é paga por todos os cidadãos. Como escreveu Simone Weil, “o dinheiro destrói as raízes por onde vai penetrando, substituindo todos os motivos pelo desejo de ganhar (...). Nada mais claro e simples que uma cifra” (A condição operária e outros estudos sobre a opressão, 1943).
     Diante de tamanho desafio, é alentador recorrer à força utópica de Carlos Drummond de Andrade: “Tantos pisam este chão que ele talvez / um dia se humanize (...) / Nossos donos temporais ainda não devassaram / o claro estoque de manhãs / que cada um traz no sangue, no vento” (“Contemplação no banco”, Claro Enigma, 1951).
GT Conjuntura, 06 de agosto de 2012.

23/12/2012

A estrela de Belém


O Natal é uma festa paradigmática. Seus símbolos, aparentemente infantis, são psicologicamente profundos. Viver é uma experiência natalina. A diferença é que, em torno de 25 de dezembro, três fatores se somam: o caráter religioso da festa, que impregna a boca da alma de estranho sabor de nostalgia; a fissura papainoélica do consumismo e dos presentes compulsórios; e a proximidade da virada do ano

Conta a Bíblia que sobre a cidade de Belém da Judeia reluziu uma estrela ao nascer Jesus. Provenientes da Babilônia, os reis astrólogos, também conhecidos por magos, orientaram-se por ela até chegarem à manjedoura, junto à qual adoraram o Menino.

 O rei Herodes, que governava a Palestina, viu na estrela um mal presságio. Já que o seu poder não tinha forças para apagar a estrela no céu, ordenou que o Messias fosse eliminado da face da Terra.

. Enquanto a compulsiva comercialização da data condena-nos à ressaca espiritual, o caráter religioso da festa deixa-nos com saudades de Deus, e a chegada do Ano-Novo reforça nosso propósito de melhorar de vida.
Daí o sentimento conflitivo de quem gostaria de acordar na manhã de 25 e encontrar, nos sapatos, um símbolo de afeto, o afago à criança que dorme dentro de nós, mas sabe que, no império do mercado, a idade adulta é inimiga da infância.

“Ora, direis ouvir estrelas!”, canta o poeta. Sim, temos olhos e ouvidos para os signos que expressam o novo. Na vida, nossos passos são conduzidos por estrelas, sonhos e ambições que simbolizam a fonte da felicidade. Nunca estamos satisfeitos com o que somos ou temos. Feitos de matéria transcendente, trafegamos no labirinto da existência seduzidos pelo absurdo, mas famintos de Absoluto.

 Para os antigos, a imagem da utopia era um jardim repleto de fontes, flores e frutos. Para a Bíblia, o Jardim do Éden, que em hebraico significa “lugar de delícias”, lá onde se suprime o limite entre o natural e o sobrenatural, o humano e o divino, o efêmero e o eterno.
 Hoje, nosso mal-estar advém desse horizonte estreito em que miramos estrelas cadentes. Raras as ascendentes.
 Iniciamos o século e o milênio como aprendizes de deuses, capazes de engendrar vida em provetas e possuir olhos eletrônicos que penetram a intimidade da matéria e do Universo, sem, no entanto, erradicar a fome, a desigualdade e a injustiça. Somos órfãos da esperança.
Quase tudo está ao alcance do poder do dinheiro, exceto o que mais carecemos: um sentido para a vida.

Tateamos, sonâmbulos, nessa interminável noite de insônia. Calam-se as filosofias, confinadas aos limites da linguagem; desaparecem as utopias, travestidas no mesquinho desejo de poder e posse de refinados objetos; enquanto as religiões cedem às exigências do mercado e oferecem o lúdico a quem busca luz, sem abrir as portas que nos conduzam à inefável experiência de Deus.
“E agora, José?”
Agora, é mudar o Natal e nós próprios. Evitar o Papai Noel consumista em cores de Coca-Cola e procurar o brilho da estrela em nossas inquietações mais profundas. Descobrir a presença do Menino em nosso coração. E, como sugeriu Jesus a Nicodemos, ousar renascer em gestos de carinho e justiça, solidariedade e alegria.
 Em vez de dar presentes, fazer-se presente lá onde reina a ausência: de afeto, saúde, liberdade, direitos.

Dobrar os joelhos junto à manjedoura que abriga tantos excluídos, imagens vivas do Menino de Belém.

 Feliz Natal, Brasil! Queira Deus que o Herodes que nos habita ceda lugar aos magos que acreditam na estrela e oferecem ao milagre da vida o melhor de si.

 Frei Betto é escritor, autor de “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros livros.http://www.freibetto.org/

30/10/2012

Educação para a Proteção Animal







Nós da proteção animal e que por acaso também trabalhamos com educação, temos o dever de levar para o interior das salas de aula essa realidade, que só nós sabemos da extensão.
Nossos alunos precisam crescer melhor informados que nós fomos, para quem sabe, poder mudar esta triste realidade que está a perpetuar. A nossa relação com os animais domésticos, deve ser de respeito e não de exploração. É preciso fazer projetos para serem trabalhados nas escolas e mudar a lógica que impera: Animais não podem entrar na escola! Acho isto um absurdo, pois se os animais domésticos fazem parte de nossas vidas, se a maioria de nossos alunos tem em casa um animalzinho de estimação, porque a escola mantém esta distância da realidade dos alunos, como se fosse algo separado deles. A escola deve ser parte da vida dos alunos, onde eles possam vivenciar a realidade em que vivem e tenham condições de transformá-la.
Aprender a cuidar de um animalzinho é um exercício de pura delicadeza e ternura e que deve ser incentivado pelos professores, para estimular nas crianças, a sensibilidade, a responsabilidade e o cuidar do outro. Há que se por fim ao preconceito e encarar a vida sem hipocrisia. Somos animais, fazemos parte de um ecossistema, onde todos temos nossos papéis e precisamos aprender a viver em harmonia. Isto deve ser ensinado nas escolas para tentar diminuir a agressividade e a brutalidade, pois quem não aprende desde cedo a respeitar nossos animais, com certeza, não será um cidadão de bem.
Os cães e os gatos estão convivendo conosco há séculos e já não possuem habitat natural. Eles fazem parte das nossas vidas no campo e nas cidades. Estão em nossas casas, nas ruas e assim como os humanos, existem os que levam uma vida de puro luxo e aqueles abandonados à própria sorte, vivendo sob perigo constante, nas ruas, sendo maltratados, abusados e mesmo dentro de casa, muitos sofrem de violência doméstica , onde raramente se fica sabendo. Portanto, é preciso que uma nova consciência seja desenvolvida nos adultos e nas crianças, para por um fim a tantos absurdos.

13/10/2012

Lançamento do livro "Bicho não é lixo" em Curitiba.


ONG de Curitiba (PR) promove lançamento do livro “Bicho não é lixo”
No próximo dia 18, quinta-feira, às 19h30, a ONG Pense Bicho, a escritora Karin Birckholz e a ilustradora Michelle Behar realizam o lançamento do livro “Bicho não é lixo”, nas Livrarias Curitiba do ParkShopping  Barigüi, em Curitiba(PR). Durante o evento, a escritora fará uma sessão de autógrafos para crianças e adultos.

“O livro foi elaborado especialmente para o público infantil. Nossa intenção é que as crianças, por meio do texto e das ilustrações, compreendam a estreita relação homem-animal. O objetivo principal da obra é a sensibilização do leitor para com os temas abordados: maus-tratos, guarda responsável e uso abusivo dos animais”, revela a autora. “Pelo caráter educativo do livro, os adultos se veem colocados diante de uma dura realidade, à qual esperamos que reajam com atitudes de respeito aos seres vivos”, finaliza Karin.

O livro retrata de forma lúdica a interação entre os homens e os animais. A provocante história relata como muita gente ainda não entende que todos os seres vivos estão interligados e que precisam uns dos outros para a sobrevivência humana e a preservação do planeta. A obra, que já foi adaptada para o teatro, ainda visa motivar interessantes lições sobre a importância da vida.

O lançamento do livro “Bicho não é lixo” começa às 19h30, nas Livrarias Curitiba do ParkShopping Barigüi, com entrada gratuita.

Sobre a ONG Pense Bicho

A Organização sem fins lucrativos Pense Bicho tem cunho 100% educativo e social que alerta, informa e conscientiza o cidadão urbano em relação à guarda responsável de animais domésticos.

A Pense Bicho vê na educação, na mudança de valores e na interação saudável e ética entre homem, animal e meio-ambiente a resposta ao problema da violência. A ONG acredita na necessidade da educação permanente da sociedade. Os projetos buscam esclarecer causas e não consequências.

24/07/2012

CADASTRAMENTO ESCOLAR -

Assinem a Petição. É muito importante para a Educação Infantil. http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=FMEI


Apenas para crianças que completam seis anos até 31 de Março de 2013


Mudança na data de corte se deve a decisão judicial do Tribunal Regional Federal da 5ª Região

Pais e responsáveis devem ficar atentos às novas orientações para o Cadastramento Escolar 2013. Para estudantes que vão ingressar no 1º ano do ensino fundamental no ano que vem, o Cadastramento vai aceitar apenas crianças que completarão seis anos até o dia 31 de março de 2013. A data de corte ficou estabelecida após nova decisão judicial, publicada em 02 de julho de 2012, que determinou que Minas Gerais voltasse a se pautar pela resolução nº 01 do Conselho Nacional de Educação, de 14 de janeiro de 2010, que estabelece a data.

O Cadastramento Escolar em Minas Gerais vai acontecer entre os dias 06 e 10 de agosto de 2012. Nova resolução estabelecendo a data de corte e dando orientações sobre o processo será publicada no Diário Oficial de Minas Gerais ainda esta semana.

Podem se cadastrar estudantes que completam seis anos até o dia 31 de março de 2013. Foto: Arquivo
Podem se cadastrar estudantes que completam seis anos até o dia 31 de março de 2013. Foto: Arquivo

Decisões judiciais

O ingresso de crianças de seis anos no 1º ano do ensino fundamental tem sido alvo de discussão na justiça. Ação civil pública, que tramita na Justiça Federal de Pernambuco, determinava, em caráter liminar, que poderiam ingressar no ensino fundamental crianças que completassem seis anos até o dia 31 de dezembro de 2013. A decisão era válida em todo o território nacional e fez com que Minas alterasse a data do Cadastramento Escolar.

Contudo, a União Federal conseguiu restringir os efeitos daquela decisão apenas ao estado de Pernambuco. Em decisão publicada no DOU do dia 02.7.2012, o Desembargador Federal Lázaro Guimarães, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, deferiu parcialmente a liminar requerida pela União, desobrigando os demais estados da federação de se submeterem aos efeitos das decisões proferidas pelo Juízo da 2ª Vara Federal da Seção Judiciária nos autos da ação civil pública intentada pelo Ministério Público Federal.

Com isto, as diretrizes constantes das Resoluções do CNE/CEB n.º 01/2010 e06/2010 voltam a ter aplicação em Minas Gerais que, a partir de agora e por força de decisão judicial proferida por instância superior, volta a limitar o cadastramento apenas àquelas crianças que tiverem, na data da inscrição, 6 (seis) anos completos ou que vierem a completar esta idade até 31 de março de 2013.


Cadastramento
O Cadastramento é um levantamento utilizado para planejar e garantir vaga ao estudante na rede pública de ensino na escola mais próxima à sua residência no próximo ano e será realizado entre os dias 06 e 10 de agosto de 2012. Podem se cadastrar crianças com seis anos completos ou que completarem até o dia 31 de março de 2013, alunos que estão se transferindo de outras localidades ou vindos de escolas particulares e aqueles que desejam retornar aos estudos em qualquer ano do ensino fundamental.
Cadastramento escolar acontece entre os dias 06 e 10 de agosto. Foto: Arquivo
Cadastramento escolar acontece entre os dias 06 e 10 de agosto. Foto: Arquivo

Para a inscrição no cadastro Escolar, o pai, mãe ou responsável pelo aluno deverá apresentar original ou cópia dos seguintes documentos: certidão de nascimento do candidato, comprovante de residência, comprovante de escolaridade da escola de origem, nos casos de transferência para as redes públicas ou de retomada de estudos.
Em Belo Horizonte, o cadastramento é feito nas Agências dos Correios e o comprovante de residência solicitado é a conta de luz atualizada, referente aos meses de maio ou junho de 2012. Na Região Metropolitana e no interior do estado, o cadastro deve ser feito em postos de cadastramentos definidos pelas comissões municipais de cadastros e matrículas e serão aceitos outros comprovantes de residência.
O candidato que fizer a matrícula dentro do prazo estabelecido terá sua vaga assegurada em uma escola pública próxima a sua residência. O candidato que não se matricular no prazo previsto será reencaminhado para escola onde houver vaga remanescente.
Planejamento

O cadastro permite ao Governo do Estado e às prefeituras dimensionarem a demanda escolar, recebendo com tranquilidade as crianças que vão iniciar os estudos, os alunos que desejam a transferência para a rede pública e os estudantes que queiram retornar à escola, seja qual for o ano do ensino fundamental.  

19/06/2012

Teatro burguês na Rio + 20.



Os dilemas da conferência Rio + 20 Editorial do jornal Brasil de fato 19 de junho de 2012.
Desde a semana passada milhares de pessoas, representantes de governos, diplomatas, forças de segurança, militantes sociais, ativistas do meio ambiente, representantes de povos indígenas e da população em geral, estão se concentrando na cidade do Rio de Janeiro, que virou uma verdadeira torre de babel. Em torno dessa conferência mundial sobre o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável percebe-se a existência de pelo menos quatro polos de debates e representações politica bem distintas e algumas até antagônicas. Mas todos estão no Rio de janeiro falando do mesmo tema, e todos se dizendo representantes do povo.

O primeiro bloco, mais importante e motivador da conferência é a conferência oficial, que está reunindo agora os diplomatas dos Ministérios de todos os governos do Mundo, e entre 20-22 reunirá dezenas de chefes de governos. Esse bloco está produzindo um documento, que já veio meio pronto, o chamado MARCO ZERO, produzido em dezenas de consultas entre eles, os diplomatas, em diversas reuniões realizadas nos marcos da organização das Nações Unidas. O documento não tem nenhuma novidade, ao contrário, a maioria dos especialistas dizem que ele é bem pior do que o documento da Rio-92, de vinte anos atrás. Em plena crise ambiental, de mudança de clima, crise da energia nuclear no Japão, fome atingindo mais de um bilhão de pessoas, o documento não comenta as causas fudamentais desses problemas. Não há nenhuma linha por exemplo sobre os problemas de saúde pública causados pelas agressões ao meio ambiente, como denunciou o presidente da Fiocruz. O documento fica apenas na perfumaria própria dos documentos diplomáticos. Portanto, nada a esperar de novo. E se houvesse algo de novo, ninguém de sã consciência espera que algum governo cumpra. Como tampouco cumpriram o que assinaram em 1992. Essa turma está concentrada na Barra da Tijuca, Rio centro e nos hotéis luxuosos da zona sul do Rio. Para não dizer que nao falaram em flores, como diz a canção, no meio disso tudo, a ONU organizou debates com representantes " da sociedade civil" escolhidos a dedo por eles, por sua confiabilidade, para exporem suas idéias aos diplomatas. Um teatrinho que finge ter participação da sociedade civil nos documentos oficiais, já prontos. Mas sempre tem quem se preste a esse tipo de paródia.

Um segundo Bloco, alugou o histórico Forte de Copacabana, e lá se reuniram os empesários mais espertos, que querem adequar o discurso e o rótulo de suas mercadorias, para dar um toque mais verde e poderem vender mais. E com isso disputar inclusive espaço com outros empresários truculentos, sem cultura, que só pensam em lucro. Esses que foram ao Rio de Janeiro, são mais espertos: Querem ter lucro, com preocupação ambiental... Trouxeram vários cientistas para explicar para eles os problemas ambientais... E vão produzir um documento se comprometendo em respeitar o meio ambiente, desde que não afete o lucro de suas empresas... São os defensores da linha da economia verde. Como oxigenar o capitalismo, com produtos verdes. São tambem os que defendem uma "recompensa às comunidades rurais e indígenas que preservarem as florestas e o meio ambiente". Em troca, eles até pagariam um tributo, mas para isso transformariam essas áreas conservadas em títulos de crédito de carbono, e os venderiam em leilões para ganhar mais dinheiro. Tudo para que continuem poluindo com seu modo de vida sedentário e consumista em seus países desenvolvidos.

Um terceiro bloco, veio ao Rio de forma disfarçada. São os representantes do verdadeiro poder econômico no mundo, os representantes das 500 maiores corporações transnacionais que controlam 58% do PÌB mundial, que consomem a maior parte da energia e nos impôem um consumismo desenfreado, predador da natureza e poluidor. São as grandes empresas mineradoras, petrolíferas, automobilisticas, as grandes fábricas e seus bancos financiadores. São os fazendeiros estúpidos, aliados deles, para transformar a natureza em mera comodditie mundial. Eles não fizeram reuniões, nao vão tirar documentos. Ficaram quietos, escondidos do escárnio publico. Mas estão financiando a Rio + 20, estarão infiltrados nas delegações dos governos, controlarão os meios de comunicação de massa, para que saia apenas o que eles querem dos debates. E depois da conferência continuarão poluindo a vontade...Já que nos tempos hodiernos, como nos advertiu o filósofo Sigmund Bauman, o poder econômico está apartado do poder politico governamental. Opera independente dos governos.

O quarto Bloco, se reuniu em diversos espaços mais próximos do centro da cidade e longe das forças de segurança, em especial no Sambódromo e no Aterro do Flamengo. São milhares de jovens e militantes sociais ligados a entidades, ONGs, movimentos sociais, povos indígenas, pastorais, centrais sindicais e partidos politicos. A chamada Cúpula dos povos. Nesse espaço haverão mais de 3 mil oficinas, reuniões e seminários de debates. Debate-se sobre tudo. Quem quiser se reune e produz um documento. Alguns mais preocupados em conhecer as maravilhas da cidade, outros em eles proprios serem conhecidos e aparecer. E entre eles, há também gente muito séria, que vai aproveitar para se articular nas redes internacionais e farão durante a semana diversas mobilizações de massa, na rua, para demonstrar suas idéias e descontentamento ao povo do Rio de janeiro e à imprensa em geral. Muitos movimentos vão aproveitar para discutir quem são os culpados: as empresas capitalistas causadoras dos problemas do meio ambiente. - Quais são os governos servis aos interesses das grandes empresas, que colocam "o crescimento econômico", acima da vida e do bem estar das pessoas e de todos os seres vivos existentes no planeta? Os causadores das agressões e do desequílibrio precisam ser identificados pela população, para que possamos saber quem são nossos verdadeiros inimigos, e como agir, para conter sua sanha de ganância incontrolável. De tudo isso o que podemos esperar? Dizem que, de discursos e documentos o inferno está cheio, e definitivamente não são eles que mudam as estruturas injustas do capitalismo e do mundo. Porém, talvez o melhor saldo dessa verdadeira torre de Babel que se reuniu no Rio de janeiro, foi a oportunidade de que o tema do meio ambiente, sua importância, a gravidade dos seus problemas, tenha concentrado as atenções dos meios de comunicação de todo mundo, que se obrigaram a comentar, analisar e repercutir. E certamente, após a conferência, teremos inúmeros documentos, análises, material audiovisual, que os movimentos sociais e as entidades sérias levarão para suas bases, para seguir o debate de conscientização da população, brasileira, latina e mundial, sobre a necessidade de mudanças do modo de produção. Mas todos devemos ter a certeza de que as mudanças somente virão se houverem mobilizações de massa. Para isso a população precisa ter conhecimento e convencimento sobre as idéias mais justas. E lutar.

Fora é isso, tudo é teatro burguês, menos o teatro do oprimido ( na expressão de nosso querido Boal), que reproduz a vida real!.

http://www.brasildefato.com.br/node/9855

21/05/2012

PRIORIDADES DO MUNDO E CONSIDERAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO



Uma olhadinha na atualidade nos traz a imagem seguinte, apresentada por um relatório das Nações Unidas de 1998: Não se conseguem os 6 bilhões de dólares que seriam necessários para colocar nas escolas quem está fora delas, no planeta; tampouco se conseguem os 9 bilhões para assegurar água e saneamento para todos, ou os 13 bilhões necessários para assegurar saúde básica e nutrição para todos. Mas se conseguem 8 bilhões para cosméticos nos Estados Unidos, 11 bilhões para sorvete na Europa, 17 bilhões de ração para animais de estimação, 50 bilhões para cigarros na Europa, 400 bilhões para narcóticos e 780 bilhões para gastos militares no mundo. O relatório das Nações Unidas apresenta estas cifras com um titulo irônico: "Prioridades do Mundo?"
(Ladislaw Dowbor)
***

A Educação não serve, apenas para fornecer pessoas qualificadas ao mundo da economia: Não se destina ao ser humano enquanto agente econômico, mas enquanto fim último do desenvolvimento. Desenvolver os talentos e as aptidões de cada um corresponde, ao mesmo tempo, à missão fundamentalmente humanista da educação, à exigência de equidade que deve orientar qualquer política educativa e às verdadeiras necessidades de um desenvolvimento endógeno, respeitador do meio ambiente humano e natural, e da diversidade de tradições e de culturas. E mais especialmente, se é verdade que a formação permanente é uma idéia essencial dos nossos dias, é preciso inscrevê-la, para além de uma simples adaptação ao emprego, na concepção mais ampla de uma educação ao longo de toda a vida, concebida como condição de desenvolvimento harmônioso e contínuo da pessoa. (Relatório Jacques Delors)

***
A VIRTUDE DO DIÁLOGO  - Podemos  concluir a rápida análise da instituição escolar e de seu lugar no Estado. É claro que essa instituição não é o lugar onde as crianças se iniciam na política, nos conflitos de interesses e nas relações de poder que ela implica. Mas é, afastada a política, o lugar da cultura, o lugar onde são feitas as perguntas sobre os princípios: O que é uma constituição? O que é o Direito? O que é o Estado? O que é a informação, a comunicação? O que é a Justiça? Por isso, é um lugar eminentemente político. Tem o papel  de formar a opinião pública, para permitir que ela imponha, no centro das querelas e das rivalidades de pessoas, a consideração dos princípios. (...) Em termos Weilianos, é ela o lugar, não da discussão mas do diálogo, desse diálogo sem o qual a política é apenas a continuação, por outros meios, da guerra. (Patrice Canivez)

21/04/2012

“O capitalismo chegou ao fim da linha”

A entrevista durou pouco mais de onze minutos, mas alimentará horas de debates em todo o mundo e certamente ajudará a enxergar melhor o período tormentoso que vivemos. Aos 81 anos, o sociólogo estadunidense Immanuel Wallerstein, acredita que o capitalismo chegou ao fim da linha: já não pode mais sobreviver como sistema. Mas – e aqui começam as provocações – o que surgirá em seu lugar pode ser melhor (mais igualitário e democrático) ou pior (mais polarizado e explorador) do que temos hoje em dia.
Estamos, pensa este professor da Universidade de Yale e personagem assíduo dos Fóruns Sociais Mundiais, em meio a uma bifurcação, um momento histórico único nos últimos 500 anos. Ao contrário do que pensava Karl Marx, o sistema não sucumbirá num ato heróico. Desabará sobre suas próprias contradições. Mas atenção: diferente de certos críticos do filósofo alemão, Wallerstein não está sugerindo que as ações humanas são irrelevantes.
Ao contrário: para ele, vivemos o momento preciso em que as ações coletivas, e mesmo individuais, podem causar impactos decisivos sobre o destino comum da humanidade e do planeta. Ou seja, nossas escolhas realmente importam. “Quando o sistema está estável, é relativamente determinista. Mas, quando passa por crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante.”
É no emblemático 1968, referência e inspiração de tantas iniciativas contemporâneas, que Wallerstein situa o início da bifurcação. Lá teria se quebrado “a ilusão liberal que governava o sistema-mundo”. Abertura de um período em que o sistema hegemônico começa a declinar e o futuro abre-se a rumos muito distintos, as revoltas daquele ano seriam, na opinião do sociólogo, o fato mais potente do século passado – superiores, por exemplo, à revolução soviética de 1917 ou a 1945, quando os EUA emergiram com grande poder mundial.
As declarações foram colhidas no dia 4 de outubro pela jornalista Sophie Shevardnadze, que conduz o programa Interview na emissora de televisão russa RT. A transcrição e a tradução para o português são iniciativas do sítio Outras Palavras, 15-10-2011.
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/wallerstein-o-capitalismo-chegou-ao-fim-da-linha.html

19/03/2012

Porque quem luta Educa!

A mídia desvirtua, distorce, a sociedade vira a cara, fica de mal...É tempo de Greve nas escolas de Educação Infantil e o impacto na sociedade é imenso. Afinal, "onde deixaremos nossos filhos para trabalharmos?" Este é o pensamento que transforma em desespero pais e mães que tem filhos pequenos e precisam da escola para deixá-los enquanto trabalham.
 Os professores não estão parados, estão fazendo seu trabalho que é educar. Educar a população, lutando nas ruas e exigindo seus direitos. É um trabalho que visa não apenas melhorar os salários, mas proporcionar uma educação de qualidade. Os pais no corre-corre do dia a dia, não pensam que a escola onde seu filho passa o dia todo, é o lugar que o educa, o edifica e o prepara para a vida. Muitas vezes, no afã de ter um lugar onde deixar seu filho ou sua filha para poder trabalhar, nem imaginam que tem professores trabalhando sem condições, com salas super cheias e sem ajuda profissional, pois muitas vezes falta profissionais e não tem outro, para substituir, pois a prefeitura não oferece essa condição. Na verdade estamos lutando também por melhores condições de trabalho e pela valorização do profissional da Educação Infantil.
Porque a Professora da Educação Infantil ganha menos que as demais professoras, sendo que a formação é a mesma? Isto é um indicativo de que a prefeitura não leva a sério a Educação das crianças pequenas. Consideram-nas seres inferiores talvez. Quando um pai ou uma mãe vai comprar um produto para seu filho de 1 ano e de 10 anos consecutivamente, ele comprará um produto de baixa qualidade para o filho de 1 ano e de melhor qualidade para o de 10? Claro que não. Ambos merecem o melhor. Da mesma forma, a educação. Será que a prefeitura entende que a criança pequena não precisa de profissionais bem qualificados para educá-la? Que o profissional da Educação Infantil é inferior aos demais professores? A verdade é que o trabalho de ambos tem que ser valorizados, pois, tem a mesma  formação, ambos trabalham com educação, em fases diferentes da vida humana apenas. Os cuidados que se deve ter com os bebês são fundamentais para que ele supere esta primeira fase da vida com maestria, para chegar na fase seguinte, com mais tranquilidade e mais apto a seguir em frente. A Educação é um processo, não pode pular etapas. Não se pode dizer que os professores do Ensino Fundamental são mais importantes que os da Educação Infantil, de maneira alguma. Os últimos apenas precisam ter conhecimentos diferentes, pois tem que passar conteúdos e técnicas de alfabetização, enquanto que na Educação Infantil, se prioriza o brincar, que também faz parte do processo educacional.

12/03/2012

Punição para alunos que desrespeita professor em sala de aula.

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 267/11, da deputada Cida Borghetti (PP-PR), que estabelece punições para estudantes que desrespeitarem professores ou violarem regras éticas e de comportamento de instituições de ensino. 

Em caso de descumprimento, o estudante infrator ficará sujeito a suspensão e, na hipótese de reincidência grave, encaminhamento à autoridade judiciária competente. 

A proposta muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) para incluir o respeito aos códigos de ética e de conduta como responsabilidade e dever da criança e do adolescente na condição de estudante.  

Indisciplina
De acordo com a autora, a indisciplina em sala de aula tornou-se algo rotineiro nas escolas brasileiras e o número de casos de violência contra professores aumenta assustadoramente. Ela diz que, além dos episódios de violência física contra os educadores, há casos de agressões verbais, que, em muitos casos, acabam sem punição.

O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.


Quando eu era estudante do ensino médio, os meus professores me serviam de referência, era possível ser amiga deles. Ao mesmo tempo em que podíamos brincar com eles, havia um respeito enorme por aqueles que nos ensinavam um pouco mais dia a dia. É muito triste perceber que o desrespeito e a violência ao professor imperam no dia de hoje.


Blog Falando Francamente: Câmara analisa projeto de lei que pune violência c...: