18/10/2009

Exemplo de "como dar uma aula". (Vídeo)

OS NOSSOS PROFESSORES ANDAM ESTRESSADOS

É pública e notória a crescente degradação das condições de ensino no Brasil. Os baixos salários dos profissionais de educação convivem com a falta de investimentos nos equipamentos educacionais. O quadro é clássico: professores mal-remunerados, mal-preparados e desmotivados, escolas depredadas, alunos indisciplinados, resultados pífios, governantes demagogos e currículos desatualizados contribuem para o estado atual do “faz-me rir” da educação brasileira – em especial, na educação fundamental e no ensino médio.
Esse conluio de forças funestas contradiz a lógica discursiva oficial das nossas “otoridades” que, como em uma ladinha sem pé nem cabeça, afirmam em cada palanque, em cada solenidade, em cada discurso, que “a educação é a base de tudo”. Daí, sobram promessas vazias de planos mirabolantes, diagnósticos e avaliações “profundas”, investimentos maçicos de recursos, que integram a retórica vazia e o blablablá que ronda os nossos palácios e casas legislativas…
Enquanto isso, os profissionais da Educação sofrem do que alcunhei recentemente de “Síndrome do Marisco”: entrincheirados nos rochedos à beira-mar, eles sofrem constantemente à ação contundente dos agentes da natureza – ou melhor, dos atores sociais. Por um lado, as famílias e a sociedade aflitas por uma educação de qualidade, que é a garantia de um futuro melhor para os seus rebentos – longe, portanto, da violência do tráfico de drogas e da delinquência juvenil. Por outro, governantes e legisladores irresponsáveis, omissos e corruptos, que “empurram com a barriga” o estado atual das coisas, uma vez que construir escolas, capacitar e pagar melhor os profissionais que lá trabalham não dá Ibope e não ganha eleição. Triste sina de um país repleto de “Educadores-mariscos”, por sofrerem as intempéries do sol, por um lado, quanto das ondas do mar por outro, desgastando e erodindo o rochedo no qual se encontram precariamente instalados… Também, pudera, em um país com um Presidente da República que tem um imenso orgulho de nunca ter estudado na vida, o que podemos esperar? No mês de abril passado, saiu na Revista Nova Escola uma pesquisa sobre como anda a saúde dos professores brasileiros. Como não poderia deixar de ser – mais uma vez -, os resultados não são nem um pouco animadores. O estudo, feito pela revista em parceria com o Ibope em 2007, entrevistou 500 professores da rede pública de ensino das capitais brasileiras, e revelou que mais da metade dos pesquisados apresentam os sintomas típicos do estresse. Os sintomas mais comuns dessa síndrome, descrita pelo neurologista Hans Seyle em 1936, são dores de cabeça, dores musculares, distúrbios de voz, dificuldades de concentração, ansiedade, transtornos do sono, esgotamento físico e mental e alterações no humor. Tal estado, a ser continuado, pode gerar outros quadros patológicos mais graves como úlceras e irritações gástricas, alterações na pressão arterial, diabetes e até mesmo transtornos psiquiátricos, tais como irritabilidade, labilidade afetiva, baixa auto-estima, síndrome do pânico e depressão. Ou seja, o estresse é a ante-sala para distúrbios orgânicos, psicológicos e sociais mais graves, caso suas causas não sejam devidamente atacadas e gerenciadas…
O estresse é, atualmente, a principal causa para o absenteísmo e as elevadas taxas de afastamento de professores por problemas de saúde na rede pública de ensino. Só no Estado de São Paulo – a maior rede do país, com aproximadamente 250 mil professores -, o número de ausências ultrapassa a marca de 30 mil por dia. Segundo dados da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, em 2006 foram aproximadamente 140 mil afastamentos por motivos médicos. A média de dias licenciados por professor é de, aproximadamente, 33 dias.
Além dos números calamitosos, o custo dessas licenças para a máquina pública beira o absurdo do desperdício do dinheiro do cidadão-contribuinte. Segundo dados do Governo do Estado de São Paulo, o custo anual dessas licenças aos cofres públicos é de R$ 235 milhões – o que daria para construir, mobiliar e equipara 330 escolas de Educação Infantil. Não irei ficar aqui discutindo os motivos para tal quadro de degradação plena. Ao fazer isto, estarei sendo repetitivo, monótono e chato. E meus obsequiosos leitores não merecem isso desse Escriba que vos fala. É o “óbvio ululante”, como diria Nelson Rodrigues. Os relatos de professores, auxiliares educacionais e alunos, e os resultados obtidos por nossos alunos nas testagens internacionais falam por si só… O que precisa ser posto na mesa é o que fazer para reveter esse quadro tão adverso… A mesma reportagem levanta algumas soluções para o problema do estresse dos profissionais de Educação. Longe de propor um plano mirabolante de gestão do estresse, típico das autoridades governamentais e dos burocratas estatais, as medidas propostas são razoáveis, e até certo ponto factíveis de serem implementadas nas escolas do país – caso haja boa vontade por parte de todos os envolvidos.
São elas: o suporte da direção da escola aos profissionais que lá trabalham; a formação continuada dos professores; a organização do tempo por parte dos mesmos, abrindo espaço para atividades de lazer e de descanso; o trabalho em equipe; o estabelecimento de relacionamentos cooperativos com os alunos em sala de aula; melhores condições para o exercício da prática docente; currículos atualizados e adequados à necessidade dos alunos e da sociedade; e, por fim, a valorização do trabalho do educador, como meio de resgate da auto-estima e do prestígio destes profissionais.
Simples, não? O problema é, como diria o velho Garrincha, que para dar certo, “é preciso combinar com os adversários”. E quem, meus caros, quem são esses adversários??? Publicado em Brasil, Educação, Jovens, Pesquisa de Mercado, Psicologia | Maio 19, 2008 por: Jose Mauro Nunes

"É possível ter Escolas públicas Excelentes"

Cristovam Buarque (PDT-DF) relatou ontem em Plenário visita que havia feito pela manhã à Escola de Tempo Integral Padre Jósimo Morais Tavares, em Palmas. O senador afirmou que é possível ter "escolas públicas excelentes em todo o país". Dizendo-se encantado com a qualidade do ensino ministrado às crianças da capital tocantinense, em sua maioria oriundas de famílias de baixa renda, Cristovam elogiou o prefeito da Palmas, Raul Filho, por ter conseguido construir, equipar e vir mantendo em funcionamento, apenas com recursos do município, a escola de tempo integral. A instituição, inaugurada em 2007, possui cinco laboratórios (físico-químico, ciências, multiuso, informática e línguas), banheiros organizados, uma sala de descanso, um refeitório com cadeiras coloridas e quadros com motivos tocantinenses. O complexo esportivo conta com duas quadras cobertas, um campo de futebol, uma pista de atletismo, enfermaria, salas de dança, música e artes marciais, duas piscinas, sendo uma infantil e outra semiolímpica. Cristovam informou que as crianças chegam cedo ao colégio, tomam café, almoçam e lancham. Os estudantes permanecem nove horas na instituição, podendo chegar a 11 horas quando são incluídas atividades como natação, dança, xadrez e inglês. A escola, frisou o senador, está localizada em um bairro pobre e é destinada a crianças também pobres. A excelência do colégio, disse Cristovam, faz com que os professores tenham dificuldade para mandar as crianças para casa porque elas se sentem bem no ambiente escolar. Apontando a iniciativa exitosa de Palmas como exemplo a ser copiado pelo restante do país, Cristovam pediu o apoio do Senado para a aprovação do projeto de lei de sua autoria que determina a obrigatoriedade de políticos eleitos matricularem seus filhos em escolas públicas, como forma de comprometê-los com a melhoria da qualidade do ensino no país. Fonte: Jornal do Senado de sexta-feira, 26 de junho.

17/10/2009

(Sabedoria indígena).

"Se você falar com os animais, eles falarão com você.E assim, vocês conhecerão um ao outro.Se você não falar com eles, não os conhecerá......E aquilo que você não conhece, você teme.... E aquilo que se teme, se destrói."
Nós os índios conhecemos o silêncio. Não temos medo dele. Na verdade para nós ele é mais poderoso do que as palavras.
Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles nos transmitiram essa sabedoria. "Observa, escuta e logo atua" nos diziam. Esta é a maneira correta de viver. Observa os animais, para ver como cuidam de seus filhotes. Observa os anciões, para ver como se comportam.. Observa o homem branco para ver o que querem. Sempre observa primeiro com o coração e a mente quietos e então aprenderás. Quando tiveres observado o suficiente então poderás atuar. Com os brancos é o contrário. Vocês aprendem falando. Dão prêmios às crianças que falam mais na escola. Em suas festas todos tratam de falar. No trabalho estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos e todos falam cinco dez cem vezes. E chamam isso de "resolver um problema". Talvez o silêncio seja duro demais a vocês porque mostra um lado que não quereis ver. Quando estão numa habitação e há silêncio ficam nervosos. Precisam preencher o espaço com sons. Então falam compulsivamente mesmo antes de saber o que vão dizer. Vocês gostam de discutir. Nem sequer permitem que o outro termine uma frase. Sempre interrompem. Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido inclusive. Se começas a falar eu não vou te interromper. Te escutarei. Talvez deixe de escutar se não gostar do que estás dizendo. Mas não vou te interromper. Quando terminares tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo a menos que seja importante. Do contrário simplesmente ficarei calado e me afastarei. Terás dito o que preciso saber. Não há mais nada a dizer. Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês. Deveríamos pensar nas palavras como se fossem sementes. Deveriam plantá-las e permiti-las crescer em silêncio. Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando e que devemos ficar em silêncio para escutá-la. Existem muitas vozes além das nossas. Muitas vozes. Só vamos escutá-las em silêncio. "Não sofremos de falta de comunicação mas ao contrário sofremos com todas as forças que nos obrigam a nos exprimir quando não temos grande coisa a dizer".

16/10/2009

DIREÇÃO NACIONAL DO MST SE PRONUNCIA:

Diante dos últimos episódios que envolvem o MST e vêm repercutindo na mídia, a direção nacional do MST vem a público se pronunciar.
1. A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. O resultado do Censo de 2006, divulgado na semana passada, revelou que o Brasil é o país com a maior concentração da propriedade da terra do mundo. Menos de 15 mil latifundiários detêm fazendas acima de 2,5 mil hectares e possuem 98 milhões de hectares. Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras. 2. Há uma lei de Reforma Agrária para corrigir essa distorção histórica. No entanto, as leis a favor do povo somente funcionam com pressão popular. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. A Constituição Federal estabelece que devem ser desapropriadas propriedades que estão abaixo da produtividade, não respeitam o ambiente, não respeitam os direitos trabalhistas e são usadas para contrabando ou cultivo de drogas. 3. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras públicas, como acontece, por exemplo, no Pontal do Paranapanema e em Iaras (empresa Cutrale), no Pará (Banco Opportunity) e no sul da Bahia (Veracel/Stora Enso). São áreas que pertencem à União e estão indevidamente apropriadas por grandes empresas, enquanto se alega que há falta de terras para assentar trabalhadores rurais sem terras. 4. Os inimigos da Reforma Agrária querem transformar os episódios que aconteceram na fazenda grilada pela Cutrale para criminalizar o MST, os movimentos sociais, impedir a Reforma Agrária e proteger os interesses do agronegócio e dos que controlam a terra. 5. Somos contra a violência. Sabemos que a violência é a arma utilizada sempre pelos opressores para manter seus privilégios. E, principalmente, temos o maior respeito às famílias dos trabalhadores das grandes fazendas quando fazemos as ocupações. Os trabalhadores rurais são vítimas da violência. Nos últimos anos, já foram assassinados mais de 1,6 mil companheiros e companheiras, e apenas 80 assassinos e mandantes chegaram aos tribunais. São raros aqueles que tiveram alguma punição, reinando a impunidade, como no caso do Massacre de Eldorado de Carajás. 6. As famílias acampadas recorreram à ação na Cutrale como última alternativa para chamar a atenção da sociedade para o absurdo fato de que umas das maiores empresas da agricultura - que controla 30% de todo suco de laranja no mundo - se dedique a grilar terras. Já havíamos ocupado a área diversas vezes nos últimos 10 anos, e a população não tinha conhecimento desse crime cometido pela Cutrale. 7. Nós lamentamos muito quando acontecem desvios de conduta em ocupações, que não representam a linha do movimento. Em geral, eles têm acontecido por causa da infiltração dos inimigos da Reforma Agrária, seja dos latifundiários ou da policia. 8. Os companheiros e companheiras do MST de São Paulo reafirmam que não houve depredação nem furto por parte das famílias que ocuparam a fazenda da Cutrale. Quando as famílias saíram da fazenda, não havia ambiente de depredações, como foi apresentado na mídia. Representantes das famílias que fizeram a ocupação foram impedidos de acompanhar a entrada dos funcionários da fazenda e da PM, após a saída da área. O que aconteceu desde a saída das famílias e a entrada da imprensa na fazenda deve ser investigado. 9. Há uma clara articulação entre os latifundiários, setores conservadores do Poder Judiciário, serviços de inteligência, parlamentares ruralistas e setores reacionários da imprensa brasileira para atacar o MST e a Reforma Agrária. Não admitem o direito dos pobres se organizarem e lutarem. Em períodos eleitorais, essas articulações ganham mais força política, como parte das táticas da direita para impedir as ações do governo a favor da Reforma Agrária e "enquadrar" as candidaturas dentro dos seus interesses de classe. 10. O MST luta há mais de 25 anos pela implantação de uma Reforma Agrária popular e verdadeira. Obtivemos muitas vitórias: mais de 500 mil famílias de trabalhadores pobres do campo foram assentados. Estamos acostumados a enfrentar as manipulações dos latifundiários e de seus representantes na imprensa. À sociedade, pedimos que não nos julgue pela versão apresentada pela mídia. No Brasil, há um histórico de ruptura com a verdade e com a ética pela grande mídia, para manipular os fatos, prejudicar os trabalhadores e suas lutas e defender os interesses dos poderosos. Apesar de todas as dificuldades, de nossos erros e acertos e, principalmente, das artimanhas da burguesia, a sociedade brasileira sabe que sem a Reforma Agrária será impossível corrigir as injustiças sociais e as desigualdades no campo. De nossa parte, temos o compromisso de seguir organizando os pobres do campo e fazendo mobilizações e lutas pela realização dos direitos do povo à terra, educação e dignidade. São Paulo, 9 de outubro de 2009

14/10/2009

EDUCAÇÃO INFANTIL DEBATE A RESOLUÇÃO 002/2009 CEB/CNE

Durante o COMED/BH e a V Conferência Municipal de Educação, solicitamos à Presidente do CME/BH, Conceição Ramalho, o agendamento de uma plenária extraordinária para a discussão da resolução 002/2009 da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. Esta resolução estabelece critérios para os planos de carreira do magistério, proibindo a diferenciação salarial entre as diversas etapas da educação básica.

Para que a resolução seja implementada em Belo Horizonte, é preciso discuti-la dentro do Conselho Municipal de Educação. Para isto, pré-agendamos a plenária para o dia 12 de novembro e estamos aguardando a confirmação da data e horário pela presidente.

Ressaltamos a importância da presença de todos/as nesta discussão, principalmente das/os professores/as da educação infantil.

Antonieta - Conselheira Municipal de Educação de 2008 a 2011; Eden - Conselheiro Municipal de Educação de 2008 a 2011; Cristiane - Diretora do SindRede/BH e eleita Conselheira Municipal de Educação de 2010 a 2011; Thaís - Diretora do SindRede/BH

somos chapa 3 - travessia

09/10/2009

PBH precisa criar modelo substituto

Antônio Marcos de Vasconcelos - Belo Horizonte
“Para que foi criado pela Prefeitura de Belo Horizonte o sistema da escola plural?
Pelo projeto inicial, foi para reduzir a evasão causada pela repetência excessiva. O modelo tradicional deu lugar a uma escola que não seria mais seriada e, sim, por ciclos, para que o aluno fosse assistido e seguisse com seus pares de idade. Além disso, extinguiu-se a reprovação. O aluno que apresentasse defasagens e não conseguisse acompanhar a turma teria um projeto da escola para que ele pudesse, depois de um determinado tempo, estar junto com seus pares. O trabalho docente seria feito de forma coletiva por meio de atividades interdisciplinares. O professor teria os horários de projeto para que pudesse preparar seu trabalho; disporia semanalmente do horário de reunião pedagógica para que com os colegas preparasse os projetos interdisciplinares. Esse era, em síntese, o projeto da escola plural. Porém, o tempo passou e a escola, que era para ser democrática e participativa, que mudasse a educação no município, que saísse daquele modelo tradicional, que servisse de base para o Brasil, se tornou excessivamente singular. O professor perdeu o horário de reunião; não há mais espaço para conselho de classe; o aluno não estuda, porque sabe que estudando ou não será aprovado; a indisciplina tomou conta; e o professor virou vigia de aluno indisciplinado. Há um desânimo total da categoria, não há mais prazer de trabalhar, pois você não consegue fazê-lo. A escola, que era para ser democrática, moderna e atraente, acabou virando uma instituição burocrática, fechada e, às vezes, ditatorial. A escola plural acabou. Urge um novo modelo.” .
Fonte: Jornal Estado de Minas Coletivo Fortalecer o Sind-Rede/BH

05/10/2009

O Custo de um deputado e de um senador p/ o nosso país.

Num país onde a educação não é valorizada, onde os professores são mal pagos e aceitam esta condição, acontece esses absurdos. Vejam a matéria da Revista Galileu do mês de outubro:
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