- Seria a escola, uma ferramenta para reforçar as mazelas da sociedade ou deveria ser questionadora e discutir os porquês, para não cair no perigo da reprodução dos vícios sociais?
Esta é uma questão que devemos pensar, pois o que se vê, ao longo da história, é a repetição de erros, onde a escola sempre está a serviço do governo e da sociede, se tornando uma instituição pouco inovadora e nada questionadora.
Uma questão atual porém, não OFICIAL, é a questão da RELAÇÃO DO HOMEM COM OS ANIMAIS E COM A NATUREZA.
Este assunto deveria estar sendo amplamente debatido nas escolas, e no entanto, por falta de informação de todo o corpo docente, nem ao menos é citado.
Hoje, é muito comum se falar em meio ambiente, educação ambiental, sustentabilidade e blá, blá, bla.. Professores estão sempre fazendo projetos de meio ambiente para trabalharem com seus alunos, mas poucos sabem realmente, o que é trabalhar meio ambiente.
A nossa relação com o meio ambiente é, ao longo da história da humanidade, uma relação predatória, violenta e de pouco ou nenhum respeito com nossos semelhantes, os animais.
Trabalhar meio ambiente vai muito além de plantar uma hortinha, se preocupar com o consumo da água e fazer reciclagem do lixo.
Trabalhar meio ambiente é se colocar como parte de um ecossistema, onde toda relação com o meio, tem de ser harmônica, respeitando até o menor dos seres existentes nesse meio.
A violência nas escolas, uma realidade que infelizmente estamos sendo obrigadas a enfrentar sem saber direito o que fazer, passa por uma educação ambiental, onde esta relação do homem com a natureza e com os animais tem que ser colocada em pauta e até inserida no currículo escolar.
Temos um exemplo na Africa do Sul, de um líder comunitário que fez um trabalho maravilhoso com adolescentes da periferia, presos e marginalizados.
O trabalho consistiu em ensinar a esses adolescentes, a cuidar de animais também abandonados e maltratados. Esses adolescentes aprenderam a verdadeira relação que devemos ter com o outro e com a natureza.
Com o advento da internete, as coisas estão mudando. Mesmo a China, onde é culturalmente aceito e comum, o abate de cachorros para consumo humano, está mudando seus conceitos e repensando suas ações e relações com o meio ambiente, graças aos ativistas dos direitos animais daquele país.
No Brasil as coisas também estão mudando, apesar de ainda estarmos bem atrasados em relação à Europa, Estados Unidos e principalmente ao Canadá, lugar onde as ações pró-meio ambiente estão bastante evoluídas.
Recentemente, foi aprovada uma lei que proíbe animais em circos em Belo Horizonte. Esta lei já existe em algumas cidades brasileiras, como por exemplo, Juiz de Fora, Porto Alegre e outras.
Temos muito ainda que fazer e estamos fazendo, mesmo que quase imperceptivelmente.
Numa escola infantil da prefeitura de BH, surgiu uma polêmica recentemente:
A "Pescaria" da festa junina desta escola será com peixes de verdade.
A pergunta é a seguinte: Qual o objetivo pedagógico para se fazer uma atividade dessas? Na realidade, as professoras querem agradar as crianças. No entanto, não se pode agradar uma criança dando-a de presente um cachorrinho, um pintinho ou mesmo um peixinho.
Ao contrário, deve-se ter em mente e ensinar a elas que ANIMAIS NÃO SÃO BRINQUEDOS. Eles devem ser mantidos em seu habitat natural, no caso o peixe e se for um animalzinho doméstico qualquer, tem que ensinar para as crianças que esse animalzinho precisa de cuidados, assim como um bebê.
Muitos pais, por ignorância, dão a seus filhos um cachorrinho, comprado num petshop se esquecendo que esse animal irá crescer e ocupar um enorme espaço em seu apartamento; irá fazer cocô e xixi pela casa se não lhe ensinarem o lugar certo; quando a familia sair em viagem, necessitará ser cuidado por outra pessoa, enfim, com o passar do tempo, a família chega à conclusão que não quer mais esse "presentinho" do filho. Aí, simplesmente jogam esse animal na rua. Esta é a realidade de muitos cães que encontramos perambulando pelas ruas, famintos e maltratados.
Esses animais irão adoecer, engravidar (no caso as fêmeas)aumentando assim, a população de animais nas ruas e a proliferação de doenças.
Isto é um problema ambiental gravíssimo e que o poder público não resolve. A missão de ajudar esses animais recai nas costas de protetores autônomos que se sensibilisam com o sofrimento desses animais e acabam assumindo uma responsabilidade que nem é deles.
Esse é um tema para ser debatido e trabalhado nas escolas.
Seria um trabalho riquíssimo e que os alunos teriam uma educação humanitária que talvez não tenham em suas famílias. Eles com certeza se tornariam seres humanos melhores, pois estariam aprendendo a cuidar de seu semelhante e com isto, aprendendo a cuidar de si mesmo.
É verdade Drika. Foi pensando nisso, que desisti de continuar "brigando" com a nossa direção, por causa daquela estupidez de dar peixinhos de verdade para as crianças. No dia da festa, fiquei observando: A barraca de pescaria deu o maior IBOPE. Conversando com algums pais, percebi que eles nem estavam se importando com o destino que iria ser dado àquele peixinho. Os pobrezinhos ficam horas dentro de um saquinho de plástico, sem poder respirar, pois aquela espécie de peixe precisa de oxigênio renovável. Ao chegar em casa, esses peixinhos iriam morrer, com certeza. E aí? O que a criança aprendeu com isto? Simplesmente que a vida do peixe não tem valor nenhum. Será que não tem mesmo? E a nossa vida? Qual é o valor da nossa vida? Para que nascemos, vivemos e morremos?... São coisas a se pensar...
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